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A PSICOLOGIA PODE SER UMA CIÊNCIA DA MENTE?

Burrhus Frederic Skinner

Resumo

Muitos psicólogos, como os filósofos antes deles, olharam dentro de si mesmos para a explicação de seus comportamentos. Eles sentiram [felt] sentimentos e observaram processos mentais por meio da introspecção. Entretanto, a introspecção nunca foi muito satisfatória. Os filósofos reconheceram sua inadequação, embora insistindo que esse é, todavia, o único meio de autoconhecimento. Os psicólogos outrora já tentaram aprimorá-la pelo uso de observadores treinados e dos instrumentos de metal [brass instruments] sobre os quais Willian James teve opinião desfavorável. A introspecção já não é mais muito usada. Psicólogos cognitivistas podem ver representações e podem até argumentar que elas são as únicas coisas que podem ser vistas, mas eles não afirmam que veem a si mesmos processando-as. Ao contrário, como os psicanalistas, que enfrentam o mesmo problema com processos que não podem ser vistos porque são inconscientes, voltaram-se para a teoria. Teorias, contudo, precisam de confirmação, e por isso muitos se voltaram para a ciência do cérebro, em que se pode dizer que os processos são inspecionados [inspected], em vez de serem observados instrospectados [introspected].3 Se a mente é “o que cérebro faz”, o cérebro pode ser estudado como qualquer outro órgão. Consequentemente, então, a ciência do cérebro deveria dizer-nos o que significa construir uma representação da realidade, armazenar uma representação na memória, converter uma intenção em ação, sentir alegria ou tristeza, tirar uma conclusão lógica, e assim por diante.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/rebac.v6i1.997

Revista Brasileira de Análise do Comportamento/ Brazilian Journal of Behavior Analysis
ISSN 1807-8338 Versão Impressa / 2526-6551 Versão Eletrônica