Cabeçalho da página

Aprendizagem e Transmissão de Estilos Cerâmicos: a história de vida das mulheres e as Comunidades da Prática na Amazônia Equatoriana

Brenda J. Bowser, John Patton, Fernando Ozorio de Almeida

Resumo

Como e por que as pessoas produzem, mantêm e transformam os estilos materiais em associação com as fronteiras culturais é uma questão central para a compreensão de continuidade e mudança dentro do registro arqueológico. As questões sobre a transmissão do estilo doméstico de cerâmica de mãe para filha em sociedades matrilocais configuraram um ímpeto fundamental para o desenvolvimento do interesse de muitos arqueólogos sobre aprendizagem e transmissão cultural. Em geral, em tais contextos, os arqueólogos inicialmente previam uma forte continuidade entre as gerações quanto ao estilo cerâmico assim como fronteiras sociais bem delimitadas. A continuidade dentro da cultura material, entretanto, não é um simples resultado de uma transmissão inconsciente de ideias de uma geração para outra, uma forma de conservadorismo nativo, ou uma propensão de fazer as coisas da mesma forma que a da geração anterior, de acordo com a maneira pela qual as pessoas são ensinadas. O trabalho de pesquisa etnoarqueológica conduzido no território Zapara da Amazônia equatoriana demonstra que semelhanças e diferenças no estilo cerâmico podem ser associadas a estratégias ativas das mulheres quanto a significação e a construção de alianças políticas ao longo de suas vidas. Tal argumento não impede que se considere que o parentesco, o contexto inicial de aprendizado e o status também possam contribuir para essa variação estilística. Essas estratégias políticas de significação podem mudar ao longo da vida das mulheres, de maneira consistente com as diferentes histórias de vida e do ciclo de desenvolvimento de suas comunidades da prática. A variação no estilo da cerâmica no tempo e no espaço pode, portanto, ser entendida nesses termos.


Texto completo:

PDF


DOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v14i1.10169



 © As/os autoras/es que publicam na Amazônica Revista de Antropologia (ARA) retêm os direitos autorais e morais de seu trabalho, licenciando-o sob a Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivação Works 3.0 Brasil que permite que os artigos sejam reutilizados e redistribuídos sem restrições, desde que o trabalho original seja citado corretamente.

 

 

Creative Commons License
Amazônica - Revista de Antropologia da Universidade Federal do Pará é licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivação Works 3.0 Brasil.

This is an open-access website under the terms of the Creative Commons Attribution-NoDerivatives License.
Based on a work at www.periodicos.ufpa.br.
Permissions beyond the scope of this license may be available at http://www.periodicos.ufpa.br/index.php/amazonica.