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Antropologia com povos indígenas em um contexto revolucionário: Breves apontamentos sobre a (in)disciplina antropológica feita na Venezuela

Beatriz Oliveira Vieira, Cristhian Teófilo da Silva

Resumo

Este artigo parte do estudo da formação de comunidades antropológicas latino-americanas e da atenção que estas conferem à etnologia indígena para lhes conferir identidade epistêmica para interpretar o processo de estilização da antropologia em contextos nacionais e nacionalistas particulares. O artigo se detém neste momento sobre a antropologia feita na Venezuela ao longo do século XX e início do XXI com o intuito de caracterizá-la no conjunto das demais “antropologias periféricas” latino-americanas. Partimos dos discursos de antropólogas e antropólogos sobre seu próprio campo e comunidade(s) antropológica(s) de pertencimento e das etnografias como artefatos culturais dessa antropologia sobre os “outros universalmente compartilhados da disciplina”, como são os povos indígenas e suas culturas e identidades. O artigo possibilitará conhecer melhor as relações estabelecidas entre indígenas e antropologia na Venezuela e, de que modo, a antropologia sofre transformações diante do contexto político revolucionário deflagrado naquele país. Sob essa perspectiva, foram examinados trabalhos antropológicos, históricos e biográficos dos próprios praticantes da disciplina na Venezuela com vistas a compreender os efeitos que movimentos ideológicos mais amplos exercem sobre a estilização da disciplina e a prática científica e profissional da antropologia. Entendendo que o contexto revolucionário venezuelano é marcado por um novo projeto político e econômico que atingiu as estruturas sociais e institucionais, implicando até mesmo a reestruturação do Estado e suas propostas por meio da Constituição da República Bolivariana, destacamos que tais mudanças no contexto nacional provocou tensões que atingiram diretamente a produção científica da antropologia. Por fim, este artigo procura pensar a disciplina em termos metaetnográficos de modo a sugerir a importância de um estudo mais aprofundado das antropologias periféricas, pensando suas singularidades a partir de uma consciência crítica sobre os lugares e modos variados, que são tornados particulares, de se exercer a antropologia na contemporaneidade.


Palavras-chave

Estilos de antropologia; Revolução Bolivariana; Antropologia; Povos Indígenas


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v15i2.14700



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