Modo de vida tradicional dos povos amazônicos, lutas socioambientais e reforma agrária na Gleba Joana Peres, Portel - PA.
Resumo
A luta no território tradicionalmente ocupados por famílias camponesas agroextrativistas sempre foi pautada por disputas por madeireiros, fazendeiros, grileiros, que concorrem opostamente aos recursos da terra e da natureza na Amazônia. No Pará, apesar criação de assentamentos coletivos agroextrativistas, há uma forte concentração fundiária, que se agrava quando incorpora elementos que ampliam as querelas da terra com os recursos naturais das florestas. Este artigo tem como objetivo analisar os principais desafios das famílias da Gleba Joana Peres, desde o processo de regularização fundiária e na delimitação do seu território. As análises se debruçaram sobre o estudo de caso na criação dos Projetos Estaduais de Assentamentos Agroextrativistas (PEAEX) Dorothy Stang e PEAEX Joana Peres, busca-se averiguar o histórico da área, além de realizar um levantamento sobre a situação socioeconômica, de produção, renda e organização social das famílias com a finalidade de identificar suas trajetórias e perspectivas. Durante a pesquise identificou-se grande número de organizações sociais, que construíram ações políticas coletivas junto aos agentes públicos, rede de articulação dos movimentos e com as famílias camponesas. A organização local das famílias permitiu a construção dos repertórios para a conquista da regularização fundiária, o que muito significativo. Entretanto, ainda há uma fragilidade no engajamento das famílias que se reflete na baixa adesão as entidades sindicais e do movimento social, o que fragiliza o processo formativo político-pedagógico das ações sociais coletivas, no âmbito da disputa dos territórios, dos recursos naturais, manutenção do modo de vida tradicional.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v16i1.14706
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