O "GRUPO DA PRESSÃO": NOTAS SOBRE AS LÓGICAS DO “CONTROLE” DE DOENÇAS CRÔNICAS NA GUARIROBA, CEILÂNDIA/DF
Resumo
A Antropologia brasileira tem priorizado vagarosamente o tema das doenças crônicas e degenerativas. Doenças como a hipertensão arterial sistêmica e a diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2, por exemplo, que têm um impacto epidemiológico inegável na população brasileira, recebem aportes analíticos das áreas da saúde, mas só nos últimos anos têm captado a atenção dos pesquisadores das Ciências Sociais. As áreas da saúde, que por enquanto não oferecem curas definitivas para essas doenças, têm consolidado práticas de “controle” como formas de tratamento. Sobre essas práticas de controle é que repousa o foco desse artigo, sobretudo aquelas elaboradas pelas pessoas que vivem com essas doenças. Primeiro, apresento os passos metodológicos em campo. Depois, discuto três grandes conjuntos de práticas de controle realizadas por pessoas que convivem com hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus no bairro da Guariroba, Distrito Federal. Medir os índices corporais e conhecer a própria “normalidade”; ter vários aparelhos de medir à mão; discutir os números enunciados pelos aparelhos com um público amplo e diverso; reinventar a posologia dos medicamentos; e conhecer a influência das emoções nestas doenças crônicas são as práticas que considero terem intuito controlador para os entrevistados nessa pesquisa. Por fim, anuncio possibilidades interpretativas como um aporte provisório para fazer avançar os estudos sobre a cronicidade na Antropologia brasileira.
Palavras-chave: Doenças crônicas, práticas de controle, Guariroba (Distrito Federal).
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v5i2.1502
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