A imortalidade do útero de Henrietta Lacks: Um olhar literário sobre questões éticas, de gênero e raça
Resumo
O seguinte trabalho é fruto do encontro entre o curso Antropologia do(s) Útero(s) e a obra literária “A vida Imortal de Henrietta Lacks”, escrita pela jornalista Rebecca Skloot. Em meio às discussões corpóreas e metafóricas sobre úteros e a vasta temática da saúde, exploramos eixos que tangenciam discussões sobre raça, corpo, moralidade e ciência. Como forma de apresentar tal imersão, apoio-me no livro que conta a história de Henrietta Lacks e a jornada de sua família, ativistas em busca de verdades sobre as células retiradas do útero de Henrietta. As células, extraídas sem seu consentimento, foram mantidas vivas e se tornaram protagonistas na revolução das tecnologias médicas do século XX. Deste modo, nasceram as células HeLa, impulsionando uma indústria biomédica multibilionária, porém, a história da família Lacks, intensamente marcada pela tragédia da perda de sua mãe, se encontra silenciada e a serviço de uma ética médica desumana, racista e mercadológica. Busco apresentar eixos de análise que articulam o percurso ético das células, passando pelo contexto no qual elas foram extraídas e a trajetória da família Lacks, na busca de esclarecimentos e reconhecimento pelas suas contribuições à ciência médica. A narrativa pretende abrir para novos horizontes que dialogam com o universo pulsante dos úteros.
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PDFV10N1DOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v10i1.5854
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