Resistência cotidiana à agroindústria do dendê em uma comunidade quilombola rural na Amazônia oriental
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar como os moradores da comunidade quilombola rural do Castanhalzinho, em Concórdia do Pará, desenvolvem formas de resistência cotidiana à agroindústria do dendê. A metodologia constou de estudo de caso com observação participante e entrevistas (semiestruturadas e abertas) com membros de todas as famílias do local. Concluímos que as principais formas de resistência foram a negação de venda das terras para a agroindústria, com uma manifestação aberta de associações quilombolas, a rejeição das regras de assalariamento nos plantios empresariais, o discurso sobre os efeitos do dendê e a persistência no acesso aos recursos na reserva legal da empresa, anteriormente público. A resistência cotidiana baseia-se na coesão do grupo, sustentada pela reciprocidade, pela religiosidade, pelo parentesco e pela autonomia no trabalho e objetiva a manutenção do território sem submissão aos efeitos da dendeicultura e aos mecanismos de dominação de grupos mais poderosos.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v12i2.7415
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