Etnografia sensorial e experiência sensível: experienciando a carne do mundo
Resumo
Com este artigo pretendemos discutir a etnografia a partir de sua prática tendo como objeto quase sete anos de pesquisa - de agosto de 2011 a janeiro de 2018 - em um espaço urbano, uma feira, localizada em Belém do Pará, Amazônia brasileira. Procuramos colocar em evidência como ocorreu a construção do processo etnográfico feito on foot (Lee & Ingold 2006), a partir de uma observação de perto e de dentro (Geertz 1989) daqueles elementos e conteúdos (Simmel 2006) que conformam a feira enquanto tal: as pessoas e as coisas materiais e imateriais na sua concretude, as sensibilidades de todas as ordens; aquilo que a partir do pensamento de Merleau-Ponty (1945; 1985), seria a carne do mundo. Entrar na carne daquele mundo, e observar de que maneira essa carne se conforma, de que maneira ela dá corpo e vida à feira, e, assim, acaba por conformar o objeto de pesquisa do pesquisador a partir de sua própria prática etnográfica. Compreendo como uma prática etnográfica sensível pautada pela sensorialidade, que ao ser afetado (Favret-Saada 2012), cai no mundo da vida - (Lebenswelt) (Husserl 2006), e é completamente envolvido pelas circunstâncias do campo.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v13i1.9026
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