Notas arqueológicas sobre o uso de drogas alucinógenas na cultura Marajoara, Baixo Amazonas.
Resumo
O uso de drogas alucinógenas (paricá), como mostram dados etnográficos, é comum na América do Sul e Central. Evidências arqueológicas das terras baixas amazônicas, entretanto, têm recebido pouca atenção ou não foram reconhecidas como tal. Deste modo, pequenos recipientes de cerâmica com bicos da fase Marajoara, alguns como representações zoomórficas, foram associados ao uso de “colheres” e não como artefatos para o armazenamento do rapé ou aplicados, diretamente, como inaladores dos alucinógenos. Imaginamos o uso da “colher de paricá” da seguinte maneira: o bico curto do recipiente, cheio de rapé, é inserido em uma narina, a outra é fechada com o polegar. A abertura do recipiente é tampada com os dedos ou com a palma da outra mão. A inspiração cria um vácuo no interior do recipiente. A abertura repentina e a inalação simultânea sugam o rapé para o interior do nariz. Aqui, nove exemplares, que fazem parte da Coleção de Arqueologia do Museu Paraense Emílio Goeldi, são apresentados e descritos.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v13i1.9290
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