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A Revista A palavrada, da Faculdade de Letras da UFPA, campus universitário de Bragança (Brasil), é um periódico semestral, com avaliação de pares, editado em Bragança, Pará, pela Universidade Federal do Pará, desde 2012, dedicado à publicação de artigos e ensaios inéditos, resenhas, contos, crônicas e traduções da área de Estudos Linguísticos e Literários. Objetiva fomentar a produção acadêmica do Brasil e do exterior, promovendo a publicização de estudos e pesquisas, que ampliem as discussões sobre Linguagens e Ensino.


Imagem para capa da revista

Chamada A palavrada

Número 27: O mito e o nome na Literatura

Editores: Alessandra Conde (UFPA), Thiago Machado (PPGL/UFPA) e Adonai Medeiros (PPGL/UFPA)

Data limite para recebimento de trabalhos: 15 de abril de 2025

Publicação: junho de 2025

Ementa: Quais os efeitos de sentido que a presença do mito e dos nomes das personagens legam à Literatura? No Dicionário de mitos literários, Pierre Brunel (1998), à esteira do pensamento de Mircea Eliade, Gilbert Durand, André Jolles, entre outros, concebe o mito como gênero que “conta”, “explica” e “revela”. O mito, segundo Eliade (1972), conta uma história exemplar, sagrada. De igual modo, o nome das personagens pode contar, explicar e revelar a sua identidade e psicologia. A Onomástica, área que está integrada, segundo Seabra (2008), aos estudos da Lexicologia, subdivide-se em duas áreas: os estudos dos nomes próprios de pessoa – antroponímia – e os de lugares – toponímia. Dentro dos estudos da Onomástica, há pesquisas sobre a relação entre os nomes próprios de pessoa – Antroponomástica literária (Amaral e Seide, 2020) – e a Literatura. Nesse sentido, a Onomástica, em sua vertente literária, ajuda a pensar a relação entre o antropônimo e a personagem nomeada, podendo revelar um uso produtivo e, portanto, significativo de um elemento linguístico, normalmente arbitrário em sistemas antroponímicos, como elemento catalisador que reúne em torno de si efeitos de sentido diversos. Umberto Eco (1985, p. 5), em Pós-escrito a O nome da rosa, afirma que “um título [...] é uma chave interpretativa”. Essa chave interpretativa coloca o leitor diante de um mundo de dobras e des-dobras, em que o nome de uma personagem pode manifestar em si desde sua origem no mito, em consonâncias e dissonâncias ao tempo e sentido que este instaura, até o destino (in)esperado apresentado pelo texto literário, o tempo de trânsito, anunciado pelo hífen (des-dobra), entre realidades. Enquanto a realidade aí instituída e imediata esquece a revelação sagrada que o mito, em seu poder de criação e narração, constrói, o nome na Literatura parece fazer o caminho oposto: lembra, a partir de sua força elocutiva, que em si mesmo pode brotar, pelo manancial do mito, o poder de narrar para ser e tornar real. Assim, concebemos a presença do mito e dos nomes das personagens como chaves interpretativas. A revista A palavrada, da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Pará, campus de Bragança, receberá, para este dossiê, artigos sobre literatura e sua interface com o tema do mito e dos nomes dos personagens. A edição receberá, também, resenhas, contos, poemas, traduções e crônicas, em português, inglês e espanhol. Os manuscritos devem seguir as diretrizes da revista, disponíveis em nosso site.

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Call for papers : A palavrada

Number 27: The myth and the name in Literature

Editors: Alessandra Conde (UFPA), Thiago Machado (PPGL/UFPA) and Adonai Medeiros (PPGL/UFPA)

Due date for submissions: April 15, 2025

Publication: June, 2025

Menu: What are the effects of meaning the presence of myth and names of  characters impart to Literature? In the Dictionary of Literary Myths, Pierre Brunel (1998), in line with the thoughts of Mircea Eliade, Gilbert Durand, André Jolles, among others, conceives myth as a genre that “tells”, “explains” and “reveals”. The myth, according to Eliade (1972), tells an exemplary, sacred story. Likewise, the characters' names have the power to tell, explain and reveal their identity and psychology. Onomastics, an area that is integrated, according to Seabra (2008), with the studies of Lexicology, is subdivided into two subareas: the studies of people's proper names – Anthroponymy – and the study of places – Toponymy. Onomastics domain embraces researches on the relationship between a person's proper name – Literary Anthroponomastics (Amaral and Seide, 2020) – and Literature. In this sense, Onomastics, in its literary strand, helps to think about the relationship between the Anthroponym and the named character, being able to reveal a productive and, therefore, significant use of a linguistic element, normally arbitrary in anthroponymic systems, as a catalytic element that brings together, around itself, different meaning effects. Umberto Eco (1985, p. 5), in Postscript to The Name of the Rose, states that “a title [...] is an interpretative key”. This interpretative key places the reader in the face of a folding and unfolding world, in which the name of a character may manifest itself from its origin in myth, involving consonances and dissonances to the time and meaning that it establishes, to destiny (unexpected presented by the literary text, the transit time, announced by the prefix un [fold]), between realities. While the prevailing and immediate reality relegates the sacred revelation the myth forges with its power of creation and narration; the name, in Literature, seems to take the opposite path – it reminds, by means of its elocutive force, that in itself, the power of narrating to be and make real can emerge by way of the myth’s source. Thus, we conceive the presence of the myth and the names of the characters as interpretative keys. The A Palavrada journal, from the Faculty of Arts, Federal University of Pará, campus of Bragança, will welcome, for this dossier, papers on literature and its interfaces with the theme of myth and characters’ names. The edition will also feature reviews, short stories, poems, translations and chronicles, in Portuguese, English and Spanish.

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