REVISTA APOENA - Periódico dos Discentes de Filosofia da UFPA

ARISTOTELISMO NO BRASIL: A IDEIA DE LIBERDADE COMO PRINCÍPIO DA AÇÃO MORAL

Luiz Alberto Cerqueira

Resumo

A história da filosofia no Brasil começa em 1572, quando foi inaugurado o curso de Artes dos jesuítas na cidade do Salvador, Bahia. Denominava-se “Artes” como abreviatura de “Artes liberais”, significando esta qualificação de “liberais” o caráter contemplativo ou teórico das disciplinas como uma espécie de saber considerado em sua organização e independentemente de objetos aos quais possa aplicar-se, a exemplo da Filosofia, a qual foi referida por Aristóteles como “ciência livre, pois somente esta é para si mesma” (ARISTÓTELES, Metafísica I, 2, 982b). Na Bahia, o colégio instituído para ministrar tais disciplinas, e destinado à formação superior de eclesiásticos e de civis, teve como modelo o seu congênere na cidade portuguesa de Coimbra, denominado Colégio das Artes, o qual fora confiado aos jesuítas desde 1555. O curso de Artes durava três anos e abrangia, além de latim e estudos literários, as disciplinas filosóficas. Estas últimas apoiavam-se nas obras aristotélicas, segundo a Ratio Studiorum, método pedagógico da Companhia de Jesus.


Texto completo:

PDF

Referências


ARISTÓTELES (2010). Sobre a alma. Tradução de Ana Maria Lóio. Lisboa: INCM. Disponível em:

AUCTORITATE SEPTIMAE CONGREGATIONIS GENERALIS AUCTA. Ratio atque Institutio Studiorum Societatis Jesu. Internet: .

CARVALHO, Mário Santiago de (2011). Introdução. Comentários a Aristóteles do curso jesuíta conimbricense (1592-1606) — Antologia de textos. Trad. de A. Banha de Andrade, Maria da Conceição Camps, Amândio A. Coxito, Paula Barata Dias, Filipa Medeiros e Augusto A. Pascoal. Coimbra: Editio Altera/Universidade de Coimbra. Internet: .

CERQUEIRA, L. A. (2011). “Scientia media e a moderna concepção de liberdade: um estudo de filosofia brasileira”. Síntese – Revista de Filosofia, Belo Horizonte, v. 38, nº 121, pp. 271-288.

CERQUEIRA, L. A. (2002). Filosofia brasileira – Ontogênese da consciência de si. Petrópolis: Vozes.

DESCARTES, R. Meditações matafísicas. Tradução de Maria Ermantina de Almeida Prado Galvão. Introdução e notas de Homero Santiago. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

FONSECA, Pedro da (1964a). Commentariorum in Metaphysicorum Aristotelis Stagiritae libros (reimpressão). Hildesheim: Georg Olms.

FONSECA, Pedro da (1964b). Instituições dialécticas. Estabelecimento do texto, tradução do latim e notas por Joaquim Ferreira Gomes. Coimbra: Universidade Coimbra.

GÓIS, Manuel de (2010). Comentário do Colégio Conimbricense da Companhia de Jesus sobre os três livros do tratado Da Alma de Aristóteles Estagirita. Trad. de Maria da Conceição Camps. Introdução e notas de Mário Santiago de Carvalho. Lisboa: Sílabo.

LEITE, Serafim (2004). História da Companhia de Jesus no Brasil (1938), 04 volumes. São Paulo: Loyola.

TOMÁS DE AQUINO (1990). Suma contra os gentios. Trad. de D. Odilão Moura, O. S. B. Revisão de Luís Alberto De Boni. Porto Alegre/Caxias do Sul: Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes/Universidade de Caxias do Sul.

TOMÁS DE AQUINO (2005). O ente e a essência. Trad. de Carlos Arthur do Nascimento e apresentação de Francisco Benjamin de Souza Neto. Petrópolis: Vozes.

VIEIRA, Antônio (2000-2001). Sermões (02 vols.). Organização de Alcir Pécora. São Paulo: Hedra.




DOI: http://dx.doi.org/10.18542/apoena.v1i1.11569

Apontamentos

  • Não há apontamentos.