REVISTA APOENA - Periódico dos Discentes de Filosofia da UFPA

A Chave de Casa: o gênero autoficção de Tatiana Levy enquanto escritura do esquecimento por meio do fragmento.

Fernanda de Souza Salame

Resumo

O presente artigo aborda a obra “A Chave de Casa” de Tatiana Salem Levy, explorando a categoria do esquecimento na literatura, conforme estudado por Blanchot, Noël e Cixous. Levy adota a autoficção, desconstruindo a linearidade autobiográfica. A narrativa oscila entre realidade e ficção, desafiando a veracidade dos fatos. A autora busca sentido na imigração, usando a chave como símbolo, mas tendo a memória como algo central, vinculada ao esquecimento e aos vestígios do passado. A escrita, para Levy, é um processo de rememoração e confronto com o esquecimento. Assim, o resumo explora também conceitos de Benjamin, Derrida e Gagnebin, destacando a importância da arte na resistência ao apagamento histórico, tendo em vista que Tatiana Levy utiliza a escrita para resgatar, em lampejos, o que foi silenciado.


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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/apoena.v4i8.19007

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