CULTURA, INSTITUIÇÕES E DESENVOLVIMENTO
Resumo
O artigo se propõe a organizar à vol d'oiseau a história do pensamento pertinente à relação entre instituições, cultura e desenvolvimento, selecionando os marcos mais relevantes. Para isto, está organizado em três partes. A primeira identifica as contribuições originais a partir de Alexis de Tocqueville, Georg Friedrich List, Escola Histórica Alemã de Economia Política (escola histórica) e Escola Institucionalista Americana (EIA). A segunda destaca o renascimento do debate nas décadas de 1970/80 que aproximou diversas áreas do conhecimento em um campo de pesquisa multidisciplinar que estabeleceu a compressão das desigualdades entre as nações como problemática central. A terceira seleciona contribuições recentes, como a de Douglass North, que exerce atualmente forte influência, as de autores que introduziram no debate o termo capital social (Pierre Bourdieu, James Coleman, Francis Fukuyama e Robert Putnam) e a de Daron Acemoglu e James Robinson. A parte derradeira é reservada para algumas conclusões acerca do estágio atual e desafios vindouros.
Palavras-chave
Cultura, Instituições, Desenvolvimento
Texto completo:
PDFReferências
ACEMOGLU, D.; ROBINSON, J. Por qué fracasan los países: Los orígenes del poder, la prosperidade y la pobreza. Barcelona: Centro de Libros PAPF, 2012.
BANFIELD, E. The Moral Basis of a Backward Society. Glencoe, IL: The Free Press, 1958.
BETZ, H. K. How does the Historical School Fit? History of Political Economy, vol.20 nº 3, Pp. 409-430, Duke University Press, Durham, 1988.
BOURDIEU, P. Le capital social: notes provisories. Actes de la Recherche em Sciences Sociales, n. 31, pp. 2-3, 1980.
BOURDIEU, P. Les trois étaps du capital culturale. Actes de la Recherche em Sciences Sociales, n. 31, pp. 3-6, 1979.
BURGUEÑO, O.; RODRIGUEZ, O. Desenvolvimento e cultura. In: BRESSER-PEREIRA, L. C.; REGO, J. M. (Org.). A grande esperança em Celso Furtado. São Paulo: Editora 34, 2001.
CHANG, H. J. Chutando a Escada: A Estratégia de Desenvolvimento em Perspectiva Histórica. São Paulo: Editora UNESP, 2004.
COASE, R.H. The nature of the firm: origins, evolution, and development. New York/Oxford: Oxford University, 1993.
COLEMAN, J. S. Foundation of social theory. Cambridge: Massachussetts; London England: Belknap Havard, 1994.
COLEMAN, J. S. Social capital in the cration of human capital. American Journal of Sociology, v. 94, Suplement, p. 95-120, 1988.
COSTA, E.J.M.; MACHADO, L.A.S.M. Reflexões sobre cultura e desenvolvimento: Celso Furtado, Douglass North e Amartya Sen. Cadernos CEPEC, Volume 09, N° 01 Junho de 2020.
COSTA, E. J. M. Apontamentos sobre o Primeiro Ensaio de A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo de Max Weber. Cadernos CEPEC, v. 10, p. 55-71, 2021a.
COSTA, E. J. M. O espírito do capitalismo: apontamentos sobre a segunda parte do primeiro ensaio de A Ética Protestante de Max Weber. Informe Econômico (UFPI), v. 43, p. 48-71, 2021b.
COSTA, E.J.M.C. O Pensamento Econômico de Max Weber: Um Necessário Resgate. Brasília: Anais do 48º ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 2020.
COSTA, E.J.M.C. A cultura como chave para a dependência da trajetória na teoria institucionalista de Douglass North. Nova Economia (UFMG), v. 29, p. 1359-1385, 2019.
DENZAU, A.; NORTH, D. Shared mental models: ideologies and institutions. Center for Politics and Economics Claremont Graduate School and Center for the Study of Political Economy: Washington University (St. Louis), 1994.
DIAS, L. C. C. A Escola Histórica Alemã de Economia Política. Belo Horizonte: Revista Multiface, vol. 3, 2015.
FUKUYAMA, F. Social Capital. In.: HARRISON, L. E.; HUNTINGTON, S.P. (eds). Culture Matters: How Values Shape Human Progress. New York: Basic Books, 2000.
FUKUYAMA, F. Confiança: as virtudes sociais e a criação da prosperidade. Rio de Janeiro: Roco, 1996.
FURTADO, C. Cultura e desenvolvimento em época de crise. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
FURTADO, C. Criatividade e dependência na civilização industrial. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
HARRISON, L. Underdevelopment Is a State of Mind: The Latin American Case. Cambridge: Center for Intertional Affairs, 1985.
HIGGINS, S. S. Fundamentos teóricos do capital social. Chapecó: Argos, 2005.
HARRISON, L. E.; HUNTINGTON, S.P. (eds). Culture Matters: How Values Shape Human Progress. New York: Basic Books, 2000.
HARRISON, L.E. Promoting progressive cultural change. In.: HARRISON, L. E.; HUNTINGTON, S.P. (eds). Culture Matters: How Values Shape Human Progress. New York: Basic Books, 2000.
HODGSON, G. H. How Economics Forgot History: The problem of historical specificity in social science. London: Routledge, 2001.
HUNTINGTON, S.P. Culture count. In.: HARRISON, L. E.; HUNTINGTON, S.P. (eds). Culture Matters: How Values Shape Human Progress. New York: Basic Books, 2000.
LIST, G. F. Sistema Nacional de Economia Política. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
LOPES, H. C. Instituições e crescimento econômico: os modelos teóricos de Thorstein Veblen e Douglass North. Rev. Econ. Polit. vol.33 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2013.
MÁXIMO, M. M. A. A Guerra dos Métodos: A visão da Escola Histórica Alemã. XIV Encontro Regional da ANPUH-RIO. Rio de Janeiro, 19 a 23 de julho de 2010.
MONASTÉRIO, L. Guia para Veblen: Um Estudo Acerca da Economia Evolucionária. Pelotas: EDUFPEL, 1998.
MORSE, R. O espelho de Próspero: cultura e idéias nas Américas. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
Myrdal, G. Asian Drama: An Inquiry into the Poverty of Nations. New York: Pantheon, 1968.
NORTH, D.; THOMAS, R. The Rise of the Western Word: A New Economic History. Cambridge: Cambridge University Press, 1973.
NORTH, D. Understanding the process of economic change. Princeton/Oxford: Princeton University Press, 2005.
NORTH, D. The Role of Institutions in Economic Development: Gunnar Myrdal Lecture. United Nations Publications, 2003.
NORTH, D. Instituions, institutional change, and economic performance – political economy of instituions and decisions. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
Paz, O. El Ogro Filantrópico. México: Joaquín Mortiz, 1979.
PEUKERT, H. The Schmoller Renaissance. History of Political Economy, Vol.33, nº1, Spring, pp.71-116, 2001.
PUTNAM, R. D. Making Democracy Work. Princeton: Princeton University Press, 1993.
RANGEL, C. The Latin Americans: Their Love-Hate Relationship with the United States. New York: Harcourt Brace Jovanovich, 1977.
RIHA, T. J. German Political Economy: The History of na Alternative Economics. International Journal of Social Economics, Vol.12, Nºs 3,4 e 5, pp.2-248, 1985.
RINGER, F. K. A Metodologia de Max Weber: Unificação das Ciências Culturais e Sociais. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.
SCHUMPETER, J. A. History of Economic Analysis. Nova Iorque, Routledge, 1987.
SHIONOYA, Y. The Soul of the German Historical School: methodological essays on Schmoller, Weber and Schumpeter. Boston: Springer, 2005.
SIMÕES, A. Instituições e desenvolvimento econômico: os contrastes entre as visões da Nova Economia Institucional (NEI) e dos neoinstitucionalistas. Ensaios FEE, Porto Alegre, v. 35, n. 1, p. 33-54, jun. 2014.
SOMBART, W. El Apogeo del Capitalismo. México: Fondo de Cultura Económica, 1984.
STREISSLER, E.; MILFORD, K. Theoretical and Methodological Positions of German Economics in the Middle of the Nineteenth Century. History of Economic Ideas, v. 1/2 n. 3/1, pp. 43 – 79, 1993.
TOCQUEVILLE, A. A democracia na América. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Universidade de São Paulo, 1987.
TRIBE, Keith. Strategies of Economic Order: German Economic Discourse 1750-1950. Cambridge University Press, 2007.
VEBLEN, T. Por que a Economia não é uma ciência evolucionária? In.: SALLES, A. O. T; PESSALI, H. F.; FERNÁNDEZ, R. G. Economia institucional: fundamentos teóricos e históricos. São Paulo: Editora Unesp, 2017.
VEBLEN, T. A Teoria da Classe Ociosa: Um Estudo Econômico das Instituições. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
WEBER, M. A Ética Protestante e o “Espírito” do Capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
DOI: http://dx.doi.org/10.18542/cepec.v11i1.13458
Apontamentos
- Não há apontamentos.