Complexitas – Revista de Filosofia Temática

O SUICÍDIO PRATICADO POR HOMENS E A ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE

Jefferson Lopes Reis, Juliana de Oliveira Meireles, Sabrina Cristini Nazaré Pastana, Maria Milene Pastana Vieira, Caetano da Providência Santos Diniz

Resumo

Esse artigo teórico tem como objetivo discutir o problema do suicídio praticado por homens e suas implicações para os serviços de atenção básica à saúde. Utilizou-se o método da revisão narrativa, uma forma de pesquisa que visa contribuir para a reflexão e a discussão sobre um assunto sem pretender reproduzir dados ou responder questões quantitativas específicas. Tendo como base os descritores “suicídio”, “homem” e “saúde”, identificou-se a partir das plataformas Scielo e Pubmed 56 artigos produzidos nos últimos cinco anos em português e inglês, dentre os quais seis foram selecionados. A análise dos resultados indica que no Brasil as ocorrências de suicídio são mais elevadas nas Regiões Sul e Centro Oeste, onde cerca de 70% dos casos são de homens jovens que optam pelo enforcamento. Pode-se identificar como causa aspectos sociais, econômicos, relacionais, psicológicos e aspectos culturais que implicam transformações nas formas como a sociedade vê os homens e na necessidade de que eles reconheçam suas fragilidades. As masculinidades tradicionais precisam ser revistas a fim de que lhes seja possível reconhecer suas limitações diante da vivência de problemas emocionais, buscando-se superar sua recusa a buscar ajuda nos momentos de fragilidade e intenso sofrimento. Conclui-se que os serviços básicos precisam dinamizar suas ações e promover campanhas preventivas, participação da comunidade, facilitação do acesso a profissionais da saúde mental e diversificação de abordagens, compreendendo o suicídio praticado por homens em suas especificidades. Enquanto problema de saúde pública, o suicídio precisa ser abordado de forma preventiva com ações voltadas para o público em geral, sendo importante compreender sua complexidade no que se refere às questões das masculinidades.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/complexitas.v8i1.15287



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