Conexões

RESERVA EXTRATIVISTA CHICO MENDES: DOS EMPATES AO IMPASSE DO CAMPONÊS DA FLORESTA

Jeferson Luiz Choma

Resumo

Nas décadas de 1970 e 1980, a resistência do movimento seringueiro travada na Amazônia contra os planos de expansão do capitalismo conduzidos pela ditadura militar resultou na criação das Reservas Extrativistas (RESEX), territórios que garantiram a preservação do modo de vida tradicional e a autonomia econômica e cultural do camponês seringueiro. A criação das RESEX foi uma proposta original no que se refere à construção de um projeto diferente de reforma agrária que respeitasse o modo de vida dos seringueiros e pudesse consolidar sua emergente autonomia camponesa. Uma das primeiras reservas criadas foi a Reserva Extrativista Chico Mendes (RECM), no estado do Acre. Durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), entretanto, a RECM sofreu com o aumento das queimadas, desmatamento, pressão de pecuaristas que almejam criar gado dentro da Reserva. Também sofre a pressão de políticos que defendem a revisão dos seus limites territoriais. Para melhor compreender a situação atual da RECM, este artigo faz um exame crítico das contradições que se desenrolaram ao longo das duas últimas décadas. Procuramos avaliar os conflitos atuais a partir das políticas públicas implementadas, como a transformação da RECM em uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável, processo que implicou no surgimento de novos conflitos entre seus moradores e os órgãos de gestão do Estado; a implementação de políticas públicas que enfatizavam a valorização econômica e financeira dos recursos naturais nesse território; e os incentivos concedidos pelo Estado que permitiram o aumento da pecuária no Acre. 


Palavras-chave

Reserva extrativista; Seringueiro; Reforma agrária; Amazônia


Texto completo:

PDF


DOI: http://dx.doi.org/10.18542/conexões.v11i2.18451

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2025 Jeferson Luiz Choma

Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.