COMO A FORMAÇÃO DA GEÓGRAFA É ATRAVESSADA PELO SEXISMO NO CURSO DE GEOGRAFIA DA UFV?
Resumo
O trabalho buscou analisar a trajetória acadêmica de mulheres no curso de Geografia da Universidade Federal de Viçosa (MG), considerando atravessamentos sexistas na formação discente presentes no currículo acadêmico e nas relações de gênero desenvolvidas dentro da comunidade acadêmica. Utilizou-se os seguintes procedimentos metodológicos: revisão de literatura, entrevistas semiestruturadas, questionários e análise documental. Constatou-se que, no decorrer do curso, as discentes envolveram-se majoritariamente com o campo da Pesquisa, porém, observou-se um maior número de mulheres compondo a área de Licenciatura. A disparidade numérica entre os gêneros compondo o corpo docente evidenciou-se como um dos atravessamentos sexistas, bem como manifestações machistas, produzidas e reproduzidas no curso. A implicação da esfera privada na pública foi também notada como um fator limitante para a plena formação acadêmica da aluna, assim como outros aspectos relacionados a: assédio e constrangimento, hierarquia, ausência/insuficiência de discussões voltadas às temáticas gênero e feminismo, o cumprimento de papéis de gênero, a condição social e a sensação de não pertencimento ao espaço público acadêmico. O estudo é relevante, pois localiza-se na fronteira entre o vasto campo de discussões da Geografia e temas contemporâneos que impactam a produção e a transformação do espaço geográfico.
Palavras-chave: Gênero; Mulher; Ciência Geográfica.
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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/geo.v12i24.15797
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