Meu destino é ser onça: contemporaneidade e mitologia tupinambá
Resumo
O projeto modernista no Brasil, ao valorizar a brasilidade, objetivou repensar as contradições histórico-brasileiras (JARDIM, 1978), como a formação cultural “emprestada”. Tal debate desdobra-se em produções literárias contemporâneas, como Meu destino é ser onça (2009), de Alberto Mussa. Sob a premissa de restauração do mito tupinambá, o autor problematiza a importância da onça, metáfora concebida como expressão máxima da alteridade humana. A onça atua como elemento de ligação do moderno com o primitivo, vinculado à manutenção da tradição literária e à recuperação de vozes marginalizadas na contemporaneidade (CURY, 2007; GARRAMUÑO, 2014) para reivindicar a organização das sociedades ameríndias pelos discursos anticoloniais. Além do exame do projeto metaficcional de Mussa, selecionou-se a temática do mito (LÉVI-STRAUSS, 1978; 2008) para interpretação na obra. Em ambas as etapas pretende-se suscitar discussões relacionadas ao cenário indígena atual, ainda que utopicamente.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v2i56.10523