A escrita engajada de Pagu contra a opressão de classe social, gênero e raça em Parque Industrial
Resumo
O presente artigo apresenta um estudo analítico da obra Parque Industrial (1933), da escritora Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), popularmente conhecida como Pagu, dialogando com as considerações teórico-críticas sobre engajamento propostas pelo filósofo francês Jean-Paul Sartre, em Que é a literatura? Pagu faz uma crítica ao intenso processo de industrialização desumanizadora característico das primeiras décadas do século XX no Brasil, especialmente na cidade de São Paulo, evidenciando o abismo entre os privilégios usufruídos pela classe dominante e a miséria vivida pelos trabalhadores. A partir da análise realizada, pode-se dizer que a narrativa de Parque Industrial expõe os dramas vividos pelo proletariado no sistema capitalista, explorado à exaustão. A obra realiza também uma problematização a respeito do feminismo burguês no país, que tendo como principais pautas o sufrágio feminino e o direito das mulheres ao trabalho, mostrava-se alheio à realidade vivenciada pelas proletárias, principalmente em relação ao racismo enfrentado pelas mulheres negras.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v0i59.11752