O estatuto ontológico da escrita e da oralidade em duas contribuições funcionalistas: Josef Vachek e Michael Halliday
Resumo
Linguistas da Escola de Praga, com destaque para Josef Vachek, chamam a atenção para a necessidade de estudar a língua escrita como uma estrutura linguística sui generis. O carácter excecional, pioneiro e sistemático do pensamento de Vachek sobre a escrita e a sagacidade das suas observações acerca da justificação funcional do que designou como norma escrita justificam trazê-lo para uma discussão sobre o estatuto ontológico da escrita e da oralidade, por relação com a visão do funcionalismo de Halliday, para quem os usos da língua escrita e os da língua oral são concebidos como variantes funcionais da língua. Se, em Vachek, a especificidade da norma escrita é essencialmente reivindicada ao nível do plano da expressão grafológica, em Halliday a especificidade dos registos da escrita e da oralidade manifesta-se nos vários estratos do sistema da língua, num movimento sistémico de reação funcional à variação ao nível do contexto. Pretende-se, neste artigo, tanto recuperar o contributo pioneiro de Vachek sobre o estatuto ontológico da escrita e da oralidade, como procurar esclarecer as relações de continuidade e de rutura que se podem estabelecer entre as visões funcionalistas de Vachek e de Halliday neste domínio teórico.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v0i60.12960