O discurso da mentira e as poéticas bilíngues
Resumo
Tomando como o ponto de partida a profunda culpabilidade apreendida pelo sujeito nas narrativas de Herta Müller e de Samuel Beckett, o artigo explora a experiência da linguagem em sua relação com o sofrimento psíquico e físico. Quando pensamos nas poéticas que buscaram representar o interrogatório, evocamos a estrutura do duplo em Dostoiévski, assim como o humor mórbido do universo kafkiano. Em minha reflexão, vou abordar dois casos menos conhecidos, ambos relacionados ao bilinguismo que entra em contradição com a homogeneidade do pensamento totalitário, a saber, os das colagens e das narrativas de Herta Müller. Comentarei também a questão da experiência do inominável em Samuel Beckett, o sentido do crime em sua relação com o da transgressão, e que envolve a questão da blasfêmia.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v0i61.13875