MOARA – Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Letras ISSN: 0104-0944

ENTRE O RIO E A FLORESTA, A ALTERIDADE ACÉFALA

Luís Heleno Montoril del Castillo

Resumo

Tanto para os poetas paraenses tradicionais como para os pintores oficiais que se referem ao lugar amazônico numa época de acentuadas transformações desse espaço, as “boas intenções” estão representadas pelo momento conciliador do homem com a natureza, pela exaltação da terra e pela atitude romântica de isolamento e solidão. Para estes dois segmentos, o dos poetas da tradição e dos pintores oficiais do governo, a identidade é constituída como ficção, um foco virtual a partir de um contexto que tinha a França e a Inglaterra como espelhos. Uma identidade que não se faz a partir da diferença senão da similitude e da emulação. Ainda que se buscasse uma originalidade da natureza e do caboclo amazônico, era sempre uma originalidade nos moldes europeus, do paraíso edênico ou do bom selvagem.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v2i16.3141