O ROMANCE MODERNO: ENTRE DETRATORES E DEFENSORES
Resumo
O romance nem sempre foi aceito pelas elites letradas. Na Europa do século XVIII, filósofos, moralistas e beletristas consideravam-no inútil ou mesmo perigoso. Alegavam que na melhor das hipóteses sua leitura ser uma perda de tempo e, na pior, um perigo a moral e aos bons costumes. As críticas sofridas pelo gênero tiveram resposta nas vozes de importantes nomes do campo literário europeu, como Madame de Stël e Denis Diderot. Ao contrário de seus detratores, viam no romance um poderoso instrumento de moralização do leitor. A discussão acerca da validade do romance não restringiu a Europa do setecentos, tendo ecos no Brasil oitocentista. Preocupados em incutir nos leitores um sentimento de pertença a nação, os homens de letras procuraram atribuir uma finalidade nobre ao romance: auxiliar no projeto de construção da nacionalidade. Será, pois, dos debates a respeito da validade do gênero, bem como das finalidades que lhe foram atribuídas no Brasil que versará este artigo.
DOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v1i29.3372