Borges e o conto policial: uma metáfora para a criação literária
Resumo
Este artigo apresenta, em um primeiro momento, um panorama do gênero policial que tem como um de seus autores primeiros o norte-americano Edgar Allan Poe e sua narrativa “Os crimes da rua Morgue” (1841). A partir desse conto e das narrativas produzidas no século XX, teóricos como Boileau, Narcejac e Tzvetan Todorov criam tipologias para o gênero, evidenciando suas principais características e diferenciando as narrativas clássicas daquelas consagradas posteriormente pelo modelo americano e francês. A segunda parte do artigo apresenta o escritor argentino Jorge Luis Borges como grande apreciador do gênero, crítico e também autor de narrativas policiais. Seu conto “A morte e a bússola” (1942) dialoga diretamente com preceitos do modelo clássico, mas também com pressupostos que ele mesmo criou no ensaio “Os labirintos policias e Chesterton” (1935). O conto “A morte e a bússola” pode também ser lido como uma metáfora para a atividade de leitura e interpretação do texto literário, temática que perpassa toda a obra borgeana.
PALAVRAS-CHAVE: Gênero policial. Jorge Luis Borges. A morte e a bússola.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v1i44.3434