JOÃO CABRAL DE MELO NETO E O FASCÍNIO DA NOITE
Resumo
A poesia de João Cabral de Melo Neto tem sido vista pela crítica como uma poesia em que o elemento diurno, aliado à poética do rigor e da lucidez, produz o poema como um fato de comunicação, no qual o esforço da escrita coincide ponto por ponto com o que o poema tem a comunicar. Uma metalinguagem do poético se arma, assim, de modo, a patentear e a legitimar, no gesto em que o ato de escrever se esclarece como tal, aquilo que essa poética exprime como sendo o seu modo intimo e inimitável de ser. Neste ensaio, a noção de rigor , aplicada ao âmbito da poesia, é revisitada, procurando- se mostrar que um elemento noturno, latente no universo das palavras, põe em crise a poética do rigor, abrindo-a então para as dimensões de sentido que a crítica, partidária da engenharia do verso, tende a subestimar ou ignorar.
PALAVRAS- CHAVE: Poesia; Modernismo; poéticas do modernismo; simbolismo; João Cabral de Melo Neto.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v1i35.3571