“Depois a louca sou eu”: estratégias biopolíticas e produção de subjetividade em discursos sobre relacionamento abusivo
Resumo
O artigo discute as condições de possibilidade que fazem irromper discursos acerca do relacionamento abusivo na contemporaneidade, através do exame do funcionamento de estratégias biopolítica na produção de tais discursos e de como o sujeito que enuncia acerca do relacionamento abusivo se constitui numa relação consigo mesmo e com o outro. O referencial teórico reside nas investigações de Foucault acerca do discurso, enunciado, sujeito, poder, saber e biopolítica. Trata-se de um estudo de cunho descritivo-interpretativo, prioritariamente qualitativo. As condições de possibilidade responsáveis pela emergência de discursos sobre relacionamento abusivo relacionam-se às inflexões do movimento feminista na articulação com a cultura terapêutica materializada nas mídias digitais. Assim, as mulheres, ao enunciarem sobre as relações abusivas, efetuam um trabalho sobre si e sobre o outro, de modo a fazer funcionar as estratégias bipolíticas em torno da saúde e bem-estar da mulher no âmbito dos relacionamentos amorosos.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v2i57.8561