Logo do cabeçalho da página Novos Cadernos NAEA

Ajuste espacial e temporal na Amazônia: reflexões sobre fronteira do capital e des-re-configurações territoriais

Fernando Michelotti, Humberto Miranda do Nascimento, Evaldo Gomes Júnior

Resumo

O objetivo deste artigo é refletir criticamente sobre a tensão entre as configurações territoriais predominantes e alternativas no espaço regional da Amazônia brasileira. Partindo da abordagem de Harvey (2005) sobre a relação entre ajuste temporal e espacial, discute-se a produção capitalista do espaço periférico por meio de um fenômeno específico: a expansão da fronteira do capital na Amazônia. Assim, tomando como base as antigas áreas pertencentes aos municípios de Marabá, Conceição do Araguaia e São Félix do Xingu, primeiro, busca-se revelar a permanência do contínuo movimento da fronteira na mesorregião do Sudeste do Pará, e, em segundo, relacioná-lo ao enfrentamento à produção capitalista do espaço mediante a territorialização de sujeitos não hegemônicos.


Palavras-chave

Ajuste espacial e temporal. Fronteira do capital. Configurações territoriais. Amazônia.


Texto completo:

PDF

Referências


BECKER, B. Fronteira e urbanização repensadas. In: VIEIRA, I. C. G. (Ed.). As amazônias de Bertha Becker: Ensaios sobre geografia e sociedade na região amazônica. Rio de Janeiro: Garamond, 2015a. v. 3.

BECKER, B. Significância contemporânea da fronteira: uma interpretação geopolítica a partir da Amazônia brasileira. In: VIEIRA, I. C. G. (Ed.). As Amazônias de Bertha K. Becker: ensaios sobre geografia e sociedade na região amazônica. Rio de Janeiro: Garamond, 2015b. v. 3, p. 373-410.

BRANDÃO, C. Acumulação primitiva permanente e desenvolvimento capitalista no Brasil contemporâneo. In: ALMEIDA, A. W. B. D. (Ed.). Capitalismo globalizado e recursos territoriais. fronteiras da acumulação no Brasil contemporâneo ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2010. p. 39-69.

BREDA, D. M. A transferência de valor no capitalismo dependente contemporâneo: o caso do Brasil entre 2000 e 2015. 2020. (Tese de Doutorado) - Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

CANO, W. Novas determinações sobre as questões regional e urbana após 1980. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais (RBEUR), v.13, n. 2, p. 27-53, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.22296/23171529.2011v13n2p27. Acesso em: 20 jun. 2022.

CLEMENT, C. R. Domesticação da floresta & subdesenvolvimento da Amaônia. In: SANTOS, G. M. (Ed.). GEEA: Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos. Manaus: Caderno de Debates, 20 jun. 2022 2019. v. 14, p. 11-52. Disponível em: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/33991. Acesso em: 20 jun. 2022.

CORREA, R. L. A organização regional do espaço brasileiro. In: CORREA, R. L. (Ed.). Trajetórias geográficas. 6 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. p. 197-210.

COSTA, W.; DAVIS, J.; RIBEIRO, A.; SOARES FILHO, B. S. Amazônia do futuro: o que esperar dos impactos socioambientais da Ferrogrão? Policy Brief, p. 1-9, 2020. Disponível em: https://csr.ufmg.br/csr/wp-content/ uploads/2020/11/Ferrograo_policy-brief_.pdf. Acesso em: 21 nov. 2020.

DELGADO, G. C. Questão agrária hoje. In: DELGADO, G. C. (Ed.). Agricultura familiar brasileira. desafios e perspectivas de futuro ed. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2017. p. 12-23.

EMMI, M. F. A oligarquia do Tocantins e o domínio dos castanhais. Belém: Centro de Filosofia e Ciências Humanas/NAEA/UFPA, 1988.

FOSTER, J. B. A ecologia de Marx: materialismo e natureza. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

HARVEY, D. Produção Capitalista do Espaço. São Paulo: Annablume, 2005.

IBGE. Censo agropecuário: séries históricas. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/agriculturae-pecuaria/21814-2017-censo-agropecuario.html?=&t=series-historicas. Acesso em: 19 jul. 2022.

MACEDO, F. C. D.; GOMES JÚNIOR, E. Padrão de reprodução do capital, território e infraestrutura de transportes: Os casos de Santarém (PA) e Itaituba (PA). Boletim Goiano de Geografia, v.39, p. 1-18, DOI: https://doi. org/10.5216/bgg.v39i0.55542. Acesso em: 20 jul. 2022.

MARTINS, J. D. S. Os camponeses e a política no Brasil: as lutas sociais no campo e seu lugar no processo político. Petrópolis: Vozes, 1981.

MARTINS, J. D. S. Expropriação e violência: a questão política no campo. 2 ed. São Paulo: Hucitec, 1982.

MARTINS, J. D. S. Impasses políticos dos movimentos sociais na Amazônia. Tempo social, v.1, n. 1, p. 131-148, Disponível em: https://www.revistas.usp. br/ts/article/view/83341/86371. Acesso em: 30 out. 2018.

MARTINS, J. D. S. A reprodução do capital na frente pioneira e o renascimento da escravidão no Brasil. Tempo social, v.6, n. 1-2, p. 1-25, DOI: https://doi. org/10.1590/ts.v6i1/2.84955. Acesso em: 20 jul. 2022.

MONTEIRO, M. A.; SILVA, R. P. Expansão geográfica, fronteira e regionalização: a região de Carajás. Confins. Revue franco-brésilienne de géographie/Revista franco-brasilera de geografia, n. 49, 2021. DOI: https://doi.org/10.4000/confins.35296. Acesso em: 20 jun. 2022.

MONTEIRO NETO, A.; SILVA, R. O. Desconcentração territorial e reestruturação regressiva da indústria no Brasil: Padrões e ritmos. (Texto para Discussão, n. 2402), Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: http://hdl. handle.net/10419/211353. Acesso em: 20 jul. 2022.

MOREIRA, R. O espaço e o contra-espaço: as dimensões territoriais da sociedade civil e do Estado, do privado e do público na ordem espacial burguesa. In: SANTOS, M. e BECKER, B. (Ed.). Território, territórios: ensaios sobre o ordenamento territorial. 3 ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007. p. 72-108.

PEREIRA, J. C. M. A urbanização da Amazônia e o papel das cidades médias na rede urbana regional. In: CARDOSO, A. C. D. (Ed.). O rural e o urbano na Amazônia: diferentes olhares em perspectivas. Belém: EDUFPA, 2006. p. 23-54.

POLANYI, K. A grande transformação: as origens de nossa época. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2000.

PORTO-GONÇALVES, C. W. Temporalidades amazônicas: uma contribuição à Ecologia Política. Desenvolvimento e meio ambiente, n. 17, p. 2131, jan./jun. 2008. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/made/article/ view/13410/9036. Acesso em: 20 jul. 2022.

SANTOS, M. Por uma geografia nova: da crítica da geografia a uma geografia crítica. 6 ed. São Paulo: EDUSP, 2004.

SANTOS, M. Pensando o espaço do homem. 5 ed. São Paulo: EDUSP, 2007.

SCOLES, R. Do Rio Madeira ao Rio Trombetas, novas evidências ecológicas e históricas da origem antrópica dos castanhais amazônicos. Novos cadernos NAEA, v.14, n. 2, p. 265-282, dez. 2011. DOI: http://dx.doi.org/10.5801/ncn. v14i2.549. Acesso em: 20 jul. 2022.

SHEPARD JUNIOR, G. H.; RAMIREZ, H. “Made in Brazil”: Human Dispersal of the Brazil Nut (Bertholletia excelsa, Lecythidaceae) in Ancient Amazonia. Economic Botany, v.65, n. 1, p. 44-65, 2011. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s12231-011-9151-6. Acesso em: 20 jul. 2022.

VELHO, O. G. Frentes de expansão e estrutura agrária: estudo do processo de penetração numa área da transamazônica. Rio de Janeiro: Centro Edelstein, 2009. DOI https://doi.org/10.7476/9788599662915. Acesso em: 20 jul. 2022.




DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ncn.v25i4.13082

Indexadores 

            

          

 

 

Flag Counter

Print ISSN: 1516-6481 – Eletrônica ISSN: 2179-7536