Logo do cabeçalho da página Novos Cadernos NAEA

A juventude rural do território campos e lagos no estado do Maranhão: os processos de migração e as mudanças sociais

Itaan Pastor Santos, Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior

Resumo

O território Campos e Lagos abriga dois sistemas lacustres permanentes com campos inundáveis e lagos temporários. Essas características comuns definem os moradores como “baixadeiros”. Alguns grupos sociais, como a juventude rural, sofrem intensamente os impactos ambientais e a falta de políticas que acometem o território. O objetivo deste trabalho foi analisar a situação da juventude no contexto socioespacial, considerando os vínculos rurais e a transição campo-cidade. A pesquisa foi descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa e parte empírica baseada em entrevistas semiestruturadas. Foram investigados 84 jovens de vinte comunidades, e representantes de organizações locais. Os jovens menores ficam nas comunidades até completar dezoito anos. Os maiores seguem para a capital ou para um município maior para fazer faculdade; ou vão para outro estado trabalhar no agronegócio. Quem segue esse caminho repete o hábito de uma migração pendular; alguns seguem para as áreas urbanas. A saída é quase obrigatória por falta de alternativas de trabalho e renda, e a aceitação por parte da família é natural.


Palavras-chave

juventude rural, território Campos e Lagos, migração, formação profissional.


Texto completo:

PDF

Referências


BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [1990]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 07 out. 2022.

BRASIL, 1996. Decreto nº 1.905, de 16 de maio de 1996. Promulga a Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, especialmente como Habitat de Aves Aquáticas, conhecida como Convenção de Ramsar, de 02 de fevereiro de 1971. Brasília, DF: [1996]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1996/d1905.htm. Acesso em: 12 set. 2022.

BRASIL. Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. Ministério da Educação, Brasília, DF, 2023. Disponível em: https://acessounico.mec.gov.br/prouni. Acesso em: 10 set. 2022.

BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ministério da Educação, Brasília, DF, s. d. Disponível em: https://www.gov.br/fnde/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/financiamento/fies. Acesso em: 10 set. 2022.

CAMARANO, A. A.; ABRAMOVAY, R. Êxodo rural, envelhecimento e masculinização no Brasil: panorama dos últimos cinquenta anos. Revista Brasileira de Estudos de População, Brasília, DF, v. 5, n. 2, p. 45-65, 1998. Disponível em: ww.rebep.org.br/ index.php/revista/article/download/404/pdf_380. Acesso em: 03 set. 2022.

CELLA, D.; QUEDA, O.; FERRANTE, V. L. S. B. A definição do espaço rural como local para o desenvolvimento territorial. Retratos De Assentamentos, Araraquara, v. 22, n. 1, pp. 69-91, 2019.

CNBB. Grupos de jovens. Pastoral da Juventude – CNBB, São Paulo, s. d. Disponível em: https://pj.org.br/quem-somos/grupos-de-base/. Acesso em: 25 ago. 2022.

COSTA NETO, J. P.; BARBIERI, R.; IBANEZ, M. S. R.; CAVALCANTE, P. R. S.; PIORSKI, N. M. Limnologia de três ecossistemas aquáticos característicos da Baixada. São Luís: DEOLI, 2022.

FERNANDES, F. Mudanças sociais no Brasil. 3. ed. São Paulo: DIFEL, 1979.

HAESBAERT, R. Territórios alternativos. São Paulo: Contexto, 2002.

HAESBAERT, R. O mito da desterritorialização: do “fim dos territórios” à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

HAESBAERT, R. Viver no limite: território e multi/transterritorialidade em tempos de insegurança e contenção. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.

IBGE. Censo Demográfico 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/9662-censodemografico-2010. Acesso em: 29 ago. 2022.

KAGEYAMA, Â. Desenvolvimento rural: conceitos e aplicação ao caso brasileiro. Porto Alegre: Editora da UFRGS: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural, 2008.

LEFEBVRE, H. A revolução urbana. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

LEFEBVRE, H. Espaço e política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

MARANHÃO. Decreto Nº 11.900, de 11 de junho de 1991. Cria, no Estado do Maranhão, a Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense [...]. São Luís: Governo do Estado, [1991]. Disponível em: http://oads.org.br/ leis/2192.pdf. Acesso em: 31 ago. 2022.

MEDEIROS, C. B. N. Entre o rural e o urbano: relações socioambientais da AEIS e implicações na sua regulamentação. 2017. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017.

MORIN, E. Os setes saberes necessários da educação do futuro. São Paulo. Cortez: Brasília, DF: UNESCO, 2006.

MUNIZ, L. M. A criação de búfalos na Baixada Maranhense: uma análise do desenvolvimentismo e suas implicações socioambientais. In: JORNADA INTERNACIONAL DE POLÍTICAS PÚBICAS, 3., 2007, São Luís. Anais [...]. São Luís: UFMA, 2007. p. 1-7.

SANTOS, M. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1993.

SANTOS, M. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. 2. ed. São Paulo: EDUSP, 2004.

SANTOS, I. P.; GONÇALVES, R. C. O protagonismo da juventude no território Campos e Lagos. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL DO REGIONAL NORDESTE, 13., 2018, Juazeiro. Anais [...]. Juazeiro: UNIVASF, 2018. p. 247-256.

TÖNNIES, F. Comunidad e sociedad. Tradução José Rovira Armengol. Buenos Aires: Losada, 1947.

TRIBUZI, B. Formação econômica do Maranhão: uma proposta de desenvolvimento. São Luís: FIPES, 1981.

VIVEIROS, J. Alcântara no seu passado econômico, social e político. 2. ed. São Luís: Fundação Cultural do Maranhão, 1975.




DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ncn.v26i3.14289

Indexadores 

            

          

 

 

Flag Counter

Print ISSN: 1516-6481 – Eletrônica ISSN: 2179-7536