Estratégias empresariais e esfera pública: a Zona Franca de Manaus como colonização sócio-política
Resumo
Neste texto, buscamos discutir as estratégias empresariais como forma política de “colonizar” a esfera pública. Nessa perspectiva, configuraremos aqui, em um primeiro momento, um mapa conceitual acerca da relação capital-trabalho no ambiente produtivo da Zona Franca de Manaus, (ZFM) estabelecendo, em seguida, pontos de discussão com alguns direcionamentos teóricos de Hannah Arendt, Walter Benjamin, Edward Said, Antônio Gramsci e Nancy Fraser. A hipótese que lançamos neste artigo e que buscamos problematizar é a de que a Zona Franca de Manaus é uma invenção histórica sobre o lugar, que no século XX vai ganhar forma de “não-lugar”, sendo constituído enquanto espaço transnacionalizado e simbolicamente construído, permeado por interesses políticos e econômicos que transcendem a esfera do “local”. Essa invenção histórica tem como efeito simbólico e prático o enevoamento de contradições sociais que ocorrem no interior da nua e crua realidade do Amazonas, e será usada pela elite local e nacional como ferramenta ideológica para diluir conflitos e mascarar tensões. Uma tentativa da esfera privada de colonizar a esfera pública, portanto.
Palavras-chave
Estratégias empresariais; esfera pública; Zona Franca de Manaus; sociologia política.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5801/ncn.v19i2.1988
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