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Capital social e clientelismo em comunidades extrativistas no sul do Amapá - Amazônia brasileira

Adalberto Carvalho Ribeiro, Marco Antonio Chagas, Elimar Pinheiro do Nascimento

Resumo

O artigo analisa a dinâmica do capital social e do clientelismo em comunidades extrativistas no sul do estado do Amapá, especificadamente no Assentamento Agroextrativista do Maracá, na Reserva Extrativista do Rio Cajari e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru. A capacidade organizacional dessas comunidades, elevadas há pouco tempo ao status de populações tradicionais, ainda gera controvérsia entre pesquisadores. Essas comunidades preservam formas coletivas de solucionar problemas, contudo, quando as ações são mais complexas expressam maiores dificuldades em seguir adiante. Os resultados apontam capacidade organizacional e existência de capital social comunitário para resolver determinadas questões mais simples. Porém, existem evidências contundentes de interesses clientelistas nas unidades estudadas, com variações que se manifestam por meio de relações comerciais, formas de aviamento e pela presença de agentes políticos partidários, estes muitas vezes representados pela própria liderança comunitária.


Palavras-chave

Capital Social. Clientelismo. Comunidades Extrativistas. Sul do Amapá.


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DOI: http://dx.doi.org/10.5801/ncn.v22i3.5979

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