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De sitiantes a moradores de vila: o projeto de integração do rio São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste brasileiro e as novas territorialidades

Verena Sevá Nogueira

Resumo

O projeto de integração do rio São Francisco às bacias hidrográficas da região semiárida brasileira é uma grande e polêmica obra pública que, para muito além de seu escopo principal – o abastecimento de uma região carente de recursos hídricos, atinge uma população que vive e trabalha na área por ela impactada. Neste artigo analisamos os efeitos sociais desse projeto para um grupo de sitiantes do município de São José de Piranhas, no estado da Paraíba, que, em razão das obras da transposição, foi expropriado de suas terras e casas de morada, e posteriormente reassentado em vilas produtivas rurais, espaços projetados, construídos e regrados por uma diretriz governamental. Vilas que se desvelaram novos locais de vida e trabalho para as famílias que se depararam com novas paisagens, novas arquiteturas e novas formas de organização territorial que impactaram suas relações de trabalho, de moradia e de convivência social. Não obstante, observamos um processo de reconstrução territorial que tem início com a chegada das famílias nos reassentamentos, no qual passam a reelaborar esse novo e estranho lugar e a construir um novo território de pertencimento, a partir do acionamento de conhecimentos, saberes e técnicas trazidas da antiga vida nos Sítios.


Palavras-chave

Grandes Projetos. Desapropriação. Reassentamento. Novas Territorialidades. Famílias Rurais.


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DOI: http://dx.doi.org/10.5801/ncn.v22i3.7145

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