Origens do Estado do Grão-Pará e Maranhão e a política pombalina: discursos e relações de poder
Resumo
Trata das origens do Grão-Pará e Maranhão, com ênfase no período pombalino. Busca compreender como se deu a organização territorial, econômica e política para a origem deste Estado, e qual a relação com os ideais pombalinos. Analisa, para o traçar dos fatos históricos, as “Instruções regias, públicas e secretas...” e o “Directorio...” dirigidas ao governador Mendonça Furtado, além do “Discurso economiástico”, de autoria de José Gonçalves de Fonseca, caracterizando esta pesquisa como documental. Perpassa pela relação entre os religiosos e o governo do Estado, e discute sobre os embates que permearam o governo de Mendonça Furtado. Conclui que a origem desse Estado se assenta sobre ações governamentais de três eixos, intensificada com o advento do governo mencionado: povoamento; estímulo à agricultura e ao comércio; e controle direto do Estado que se derivou de uma conturbada relação entre os governantes, religiosos, intermediários, índios e indivíduos de mocambos.
Palavras-chave
Grão-Pará e Maranhão. Mendonça Furtado. Período Pombalino. Brasil Colônia.
Texto completo:
PDFReferências
AVELLAR, H. A. História administrativa e econômica do Brasil. Rio de Janeiro: Fename, 1970.
BEOZZO, J. O. Leis e regimentos das missões: política indigenista no Brasil. São Paulo: Loyola, 1983.
BERGER, M. Educação e dependência. São Paulo: DIFEL, 1984.
CAEIRO, J. Sobre o exílio das províncias transmarinas da Assistência portuguesa da Companhia de Jesus durante o Ministério do Marques de Pombal. Baía: Academia Brasileira de Letras, 1936.
CÓDICES DO ARQUIVO PÚBLICO DO PARÁ nº 01. Belém: Arquivo Público do Estado do Pará, [1769].
COLLECÇÃO DA LEGISLAÇÃO PORTUGUEZA desde a ultima compilação das ordenações, do Desembargador Antonio Delgado da Silva pelo mesmo: Anno de 1750 a 1762. Lisboa: Typ. de Luiz Correa da Cunha, 1829.
COSTA, P. M. C. De mãos dadas pela foz do rio Amazonas: vilas e povoamentos na costa setentrional do Grão-Pará na segunda metade do século XVIII. Escritas do Tempo, Marabá, v. 1, n. 1, p. 117-139, 2019.
DIAS, M. N. Fomento e mercantilismo: a companhia geral do Grão-Pará e Maranhão (1755- 1778). Belém: UFPA, 1970.
DIAS, C. L. Os índios, a Amazônia e os conceitos de escravidão e liberdade. Estudos Avançados, São Paulo, v. 33, n. 97, p. 235-252, 2019.
DIAS, C. L.; BOMBARDI, F. A.; COSTA, E. G. Dimensão da população indígena incorporada ao estado do maranhão e grão-pará entre 1680 e 1750: uma ordem de grandeza. Revista de História, São Paulo, n. 179, a08619, 2020.
DIRECTORIO que se deve observar nas Povoações dos Índios do Pará, e Maranhão em quanto Sua Magestade não mandar o contrario. In: COLLECÇÃO DA LEGISLAÇÃO PORTUGUEZA desde a ultima compilação das ordenações, do Desembargador Antonio Delgado da Silva. Pelo mesmo Anno de 1750 a 1762. Lisboa: Typ. de Luiz Correa da Cunha, 1829. Não paginado.
DOMINGUES, A. Sem medo de deus ou das justiças: os poderosos do sertão e o discurso colonial de Francisco Xavier de Mendonça Furtado para os indígenas do Grão-Pará (segunda metade do século XVIII). In: DOMINGUES, A.; RESENDE, M. L. C.; CARDIM, P. (org.). Os indígenas e as justiças no mundo ibero-americano (Sécs. XVI-XIX). Lisboa: CHAM, 2019. p. 129-155.
GOMES, F. S. O “campo negro” de Iguaçu: Escravos, camponeses e mocambos no Rio de Janeiro (1812-1883). Revista Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, v. 25, p. 43-72, 1993.
GUZMÁN, D. A.; RAIOL JUNIOR, L. A reorganização e a fluidez do uso da mão de obra indígena no Grão-Pará: segunda metade do século XVIII (1750-1765). Tellus, Campo Grandes, ano 19, n. 39, p. 177-205, 2019.
LAPA, J. R. A. Livro da visitação do Santo Ofício da Inquisição ao Estado do Grão-Pará (1763-1769). Petrópolis: Vozes, 1978.
LEITE, S. História da Companhia de Jesus no Brasil. Lisboa: Livraria Portugália, 1943.
LINHARES, M. Y. L. (org.). História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
MAURO, F. (coord.). O Império luso-brasileiro (1620-1750): nova história da expansão
portuguesa. Lisboa: Estampa, 1991. t. VII.
MAXWELL, K. R. A devassa da devassa: a inconfidência mineira - Brasil-Portugal - 1750- 1808. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1995.
MENDONÇA FURTADO, M. C. (ed.). A Amazônia na era pombalina: correspondência inédita do governador e capitão-general do Estado do Grão-Pará e Maranhão Francisco Xavier de Mendonça Furtado, 1751-1759. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1963. 3 tomos.
MOREIRA NETO, C. A. Índios da Amazônia: de maioria a minoria (1750-1850). Petrópolis: Vozes, 1988.
NOVAIS, F. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1983.
OLIVEIRA, R. L. O Estado do Grão-Pará e Maranhão na nova ordem política pombalina: a companhia geral do Grão-Pará e Maranhão e o diretório dos índios (1755-1757). Almanack Braziliense, São Paulo, v. 3, p. 124-134, 2006.
RAVENA, N. Abastecimento: falta, escassez do “pão ordinário” em vilas e aldeias do Grão- Pará. 1994. Dissertação (Mestrado em Planejamento do Desenvolvimento) – Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.
RIBEIRO, B. E.; PONTE, V. S. Por uma história dos índios no Grão-Pará: estratégias, dinâmicas e protagonismos indígenas no contexto do Diretório Pombalino (1757-1798). Resgate: revista interdisciplinar de cultura, Campinas, v. 25, n. 1, p. 111-134, 2017.
ROCHA, R. A. Aldeamentos missionários no estado do Maranhão e Grão-Pará (1700- 1750). Revista Habitus: revista do instituto goiano de pré-história e antropologia, Goiânia, v.
, n. 2, p. 379-393, 2020.
ROLLER, H. F. Expedições coloniais de coleta e a busca por oportunidades no sertão amazônico, c. 1750-1800. In: Revista de História, São Paulo, n. 168, p. 201-243, 2013.
SAMPAIO, P. M. Cidades desaparecidas na Amazônia portuguesa: poiares, séculos XVIII e XIX. História Social, São Paulo, n. 10, p. 73-100, 2003.
SANTOS, F. V. O governo das conquistas do Norte: Trajetórias administrativas no Estado do Grão-Pará e Maranhão (1751-1780). 2008. Tese (Doutorado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História Social, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
SOMMER, B. Colony of the Sertão: Amazon Expeditions and the Indian Slave Trade. The Americas, [s. l.], v. 61, n. 3, p. 401-428, 2005.
SOUZA JUNIOR, J. A. A Companhia de Jesus e a questão da escravidão de índios e negros. Revista Eletrônica do Arquivo Público do Estado de São Paulo, São Paulo, n. 55, ago. 2012. Disponível em: http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia03/. Acesso em: 10 jun. 2021.
VIEIRA, A. Escritos instrumentais sobre os índios. São Paulo: EDUC, 1992.
DOI: http://dx.doi.org/10.5801/ncn.v24i2.8811
Indexadores
Print ISSN: 1516-6481 – Eletrônica ISSN: 2179-7536