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Mercantilizar para implementar: o diálogo de Alto Nível sobre Financiamento na COP 24 como alegoria do planejamento do desenvolvimento global (Paper 397)

Marcela Vecchione Goncalves

Resumo

O artigo analisa Conferência das Partes (COP) 24, em Katowice, Polônia, a partir do Terceiro Diálogo de Alto Nível sobre Financiamento da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na silga em inglês), realizado nesse mesmo evento. Nesta análise, atenta-se para os aspectos, conflitos e contradições na agenda política climática e de desenvolvimento associados à regulamentação do Acordo do Clima, também conhecido como Acordo de Paris. Observa-se que relações de colonialidade que contribuíram para constituir as assimetrias que produziram – e reproduzem – o que se denomina Norte e Sul Global tem se repetido, particularmente, nas decisões relativas a quem se deve financiar e a forma como se deve fazer isso para a implementação do acordo. Argumenta-se a partir de etnografia realizada na reunião citada aqui diretamente e do acompanhamento documental desta reunião e das cinco outras negociações que a antecederam, desde 2014, que tais assimetrias possivelmente voltaram a se repetir na forma de mais periferização e produção de desigualdades em regiões como a amazônica. Na mesma região, fundos de financiamento climático, como o Fundo Amazônia, podem mudar sua forma de composição e direcionamento, reforçando tendências globais de privatização e mercantilização do financiamento ao desenvolvimento global.

Palavras-chave: Financiamento Climático. Desenvolvimento Global. Conferência das Partes (COP). Mercantilização. Amazônia.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/papersnaea.v1i1.11143

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