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Mitos interpretativos da história econômica Matogrossense (Paper 280)

Fábio Carlos da Silva, Ivana Aparecida Ferrer Silva

Resumo

A maioria das interpretações da história econômica mato-grossense privilegia os fatores externos, desconsiderando a importância dos fatores endógenos, o que gera pontos controversos nas análises sobre a formação socioeconômica estadual. O artigo busca identificar mitos decorrentes da pesquisa histórica: isolamento geográfico, vazio demográfico, abordagem do produto principal exportador e a violência. A distância geográfica, o isolamento e a baixa densidade populacional são considerados fatores que contribuíram para o tardio interesse nacional na interiorização do país. A abordagem do produto principal apagou parte da história econômica do Estado de Mato Grosso, no sentido em que atividades econômicas paralelas eram desconsideradas. A violência presente nas análises sobre a economia colonial aurífera mato-grossense, não é privilégio local, mas esteve presente também em Minas Gerais, principal pólo extrativo do ouro, e está associada a fatores mais gerais da história política brasileira, não se tratando essencialmente de “violência por si só”, mas de descontentamentos entre habitantes e invasores, colonizadores e colonizados, era uma resposta a estrutura imposta pelo governo português. A compreensão da historia econômica do Mato Grosso com foco nos acontecimentos endógenos e a importância da produção agropecuária e extrativista e dos circuitos internos de comercialização e abastecimento entre as regiões do Mato Grosso, em contraponto às interpretações focadas na visão capitalista européia predominante, permite revelar a identificação de interesses e ideologias existentes na estrutura social e econômica do Estado, e o reflexo da mesma na realidade atual.

Palavras-chave: História econômica. Mato Grosso.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/papersnaea.v20i1.11340

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