Hidroelétricas Amazônicas: Fontes energéticas.apropriadas para o desenvolvimento regional? (Paper 190)
Resumo
Este trabalho visa discutir as hidroelétricas amazônicas como fonte de energia inanimada para a modernização e o desenvolvimento regional. Partindo da premissa aceita de que enormes fontes de energia são necessárias para o uso de tecnologias modernas e o desenvolvimento e, também, que a energia elétrica derivada de hidroelétricas são limpas, baratas e renováveis, o Governo Central implantou cinco grandes usinas hidroelétricas (UHE) na Amazônia, durante as décadas de 1970 e 1980. Assim, analisou-se, a partir da ampla literatura disponível, os impactos positivos e deletérios destas grandes obras nos trópicos úmidos. Apesar de ter gerado impactos positivos diretos sobre a economia e a geração de renda local, os custos sócio-ambientais são enormes e irão se perpetuar por muitos anos. Os grandes beneficiados foram os capitais internacionais da indústria eletro-intensivo, localizados na Amazônia, bem como capitais de outras regiões brasileiras, visto que 3/5 da energia produzida regionalmente é exportada. A energia que é utilizada localmente se restringe aos grandes centros urbanos, negligenciando milhares de pessoas que habitam as comunidades rurais, pois o “custo econômico” inviabiliza o acesso à rede de alta tensão. Procura-se demonstrar que a energia advinda das hidroelétricas não é limpa, pois as represas são verdadeiras fábricas de gás carbônico (CO2) e metano (CH4), gases do efeito estufa, além de diversos outros impactos ecológicos. A energia somente é considerada de baixo custo porque não se internaliza os custos sociais e ecológicos do processo. A energia renovável não garante o desenvolvimento regional, pois a Amazônia é superavitária em geração de energia e possui os indicadores de desenvolvimento humano abaixo da média brasileira. Ao final, chega-se a duas grandes conclusões. Primeiro, que a construção de novas hidroelétricas é inevitável nos trópicos úmidos para garantir o crescimento econômico do eixo dinâmico brasileiro. Segundo, que as características da região Amazônica impõem uma visão flexível sobre as fontes energéticas para o desenvolvimento endógeno da região, incorporando fontes alternativas como energia solar, biomassa, eólica e cata-água (unidade flutuante) para comunidades e pequenas atividades produtivas.
Palavras-chave: Hidroelétricas. Desenvolvimento. Impactos Ecológicos. Fontes Alternativas.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/papersnaea.v15i1.11473
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