Deslocamento compulsório em Tucuruí: sintoma, sofrimento e mal-estar
Resumo
O presente artigo trata da interpretação e descrição da forma do sintoma, sofrimento e engajamento na condição de mal-estar, presentes na sensibilidade de deslocados compulsoriamente pela construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí no rio Tocantins (Pará) entre 1975 e 1985. Realizamos etnografia de inspiração hermenêutica com aplicação de entrevistas gravadas e não gravadas, bem como observação participante com pessoas deslocadas compulsoriamente residentes em Breu Branco entre 2016 e 2017 que foram moradoras dos “lugares que foram para o fundo” do lago artificial produzido pelo barramento do rio, bem como com representantes de instituições de interesse na situação dos atingidos pela barragem de Tucuruí (Movimento dos Atingidos por Barragem; Sindicato dos Trabalhadores Rurais; Ministério Público do Estado). Em síntese, a temporalidade saudosista do “Breu velho” engendra narrativa em busca de reconhecimento do sofrimento causado pelo deslocamento compulsório e sugere sintomas desta saudade na tentativa de repetição do “Breu velho” no “novo Breu”, articulando a forma de vida deste grupo de moradores de Breu Branco na sensibilidade moderna marcada pelo mal-estar.
Palavras-chave: Hidrelétrica de Tucuruí. Deslocamento compulsório. Sintoma. Sofrimento. Mal-Estar.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/papersnaea.v28i2.8140
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