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TIMBRES DE MNEMOSYNE: DAS VOZES INAUDÍVEIS QUE COMPÕEM A HISTÓRIA

Rita Luciana Berti Bredariolli

Resumo

Resumo

No fronteiriço limiar do século XIX para o XX, Aby Warburg diria que uma “postura de respeito histórico” poderia devolver o “timbre” a “vozes inaudíveis”, evocando as minúcias como constitutivas do trabalho historiográfico. O timbre é particularidade. Sua apreensão resulta da relação indissociável entre emissão e percepção. Por esse sentido, o trabalho de criação historiográfica consistiria em atenciosa “escuta” para a revelação das nuances de vozes ainda imperceptíveis. O que estaríamos a “escutar”? O que estaríamos a reverberar ao desenvolver um trabalho historiográfico? Quais vozes são, ainda, mantidas inaudíveis? Essas perguntas, engendradas no encontro com algumas das “imagens de pensamento” de Aby Warburg, com leituras dessas imagens e com textos que instauram reposicionamentos críticos a partir da explicitação dos procedimentos e efeitos de processos coloniais, fundaram esse texto. Há lugares de enunciação (espaços epistêmicos) partilhados por Aby Warburg. Nesse texto, especificamente, serão tratados aqueles com Earl Barnes, Karl Lamprecht, Edward B. Tylor em “atualização” com o texto “O direito a olhar” de Nicholas Mirzoeff e com a palestra-perfomance “Descolonizando o conhecimento” de Grada Kilomba.

Abstract

At the border threshold of the 19th to the 20th century, Aby Warburg would say that a “posture of historical respect” could return “timbre” to “inaudible voices”, evoking minutiae as constitutive of historiographic work. The timbre is particularity. Their apprehension results from the inseparable relationship between emission and perception. Thus, the work of creating historiography would consist of attentive “listening” to reveal the nuances of voices that are still imperceptible. What would we be “listening” to? What would we be reverberating when developing a historiographical work? Which voices are still kept inaudible? These questions, engendered in the encounter with some of Aby Warburg’s “images of thought”, with readings of these images and with texts that establish critical repositioning from the explanation of the procedures and effects of colonial processes, founded this text. There are places of enunciation (epistemic spaces) shared by Aby Warburg. In this text, specifically, those with Earl Barnes, Karl Lamprecht Edward B. Tylor in "update" will be treated with the text "The right to look" by Nicholas Mirzoeff and with the performance-lecture "Decolonizing knowledge" by Grada Kilomba.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/arteriais.v8i14.14749

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