Cabeçalho da página

IMAGENS-FANTASMAS E SOBREVIVÊNCIA DAS IMAGENS NO ESPETÁCULO CAFÉ MÜLLER DE PINA BAUSCH

Elenize Meiry Dezgeniski

Resumo

Resumo

O texto apresenta uma análise de fragmentos de registros em vídeo do espetáculo Café Müller, do Wuppertal Thanztheater, coreografado e dirigido por Pina Bausch, buscando articulá-los às imagens-fantasmas em seus movimentos de vida, assim como em suas formas de sobrevivências. As imagens-fantasmas podem ser entendidas, de acordo com Didi-Huberman e Warburg, como aquelas imagens que sempre retornam com novas potências de significação, com a qualidade de manterem sempre um resto inesgotável a ser compreendido, como evocação do presente e do antigo, simultaneamente, sempre em devir. A partir da análise das pathosformeln da dor e do luto encontradas na imagem 14 da Prancha 42 do Atlas Mnemosyne de Aby Warburg, a discussão aborda a sobrevivência das formas antigas na encenação, assim como articula questões de repetição, transformação e real a partir de Jacques Lacan e Ciane Fernandes. Tal como as ninfas, definidas por Giorgio Agamben como “vida em movimento”, as imagens criadas por Bausch estão carregadas de tempo e movimento e reivindicam algo para além do passado e do presente.

Abstract

The text presents an analysis of fragments of video recordings of the show Café Müller, at the Wuppertal Thanztheater, choreographed and directed by Pina Bausch, seeking to articulate them with the ghost-images in its movements of life, as well as in their forms of survival. The ghost-images can be understood, according to Didi-Huberman and Warburg, as those images that always return with new powers of meaning, with the quality of maintaining an endless remaining to be understood, as an evocation of the present and the past, simultaneously, always in upcomingness. From the analysis of the pathosformeln of pain and mourning found in image 14 of Plate 42 of Aby Warburg's Mnemosyne Atlas, the discussion brings the survival of ancient ways of acting, while articulates issues of repetition, transformation and reality from Jacques Lacan and Ciane Fernandes. Just like nymphs, defined by Giorgio Agamben as life in movement, the images created by Bausch are full of time and movement and claim for something beyond the past and present.


Texto completo:

PDF


DOI: http://dx.doi.org/10.18542/arteriais.v9i15.15711