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O DISTANCIAMENTO DE BRECHT EM TUDO VAI BEM (TOUT VA BIEN, 1972)

Murilo Bronzeri

Resumo

Resumo

O Grupo Dziga Vertov foi um coletivo de cineastas criado, em 1968, por Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin, então editor cultural do Le Monde, e que se dissolveu em 1972. O coletivo também surge logo após os eventos do Maio de 68 na França, um marco na política mundial. Os filmes do Grupo Dziga Vertov tiveram muitos temas políticos e que dialogavam com a esquerda francesa da época. A pesquisa tem como objetivo geral analisar o filme Tudo vai bem, buscando aproximações com o “distanciamento” de Bertolt Brecht. A relação entre o filme e Brecht já é conhecida e já foi anteriormente citada por Gorin, mas a pesquisa busca aprofundar o entendimento dessa relação e contribuir com as análises já existentes do filme. Para isso, fez-se um levantamento bibliográfico conceitual sobre os assuntos tratados e uma análise do filme citado seguindo a metodologia de análise fílmica proposta de Manuela Penafria. Em seus resultados, a pesquisa conclui que as aproximações entre Brecht e Tudo vai bem aparecem no travelling que mostra os vários cenários simultaneamente, no humor de algumas cenas, nas quebras da quarta parede e até no trecho inicial com os cheques. E, embora essa relação já fosse conhecida, acredita-se que o artigo atingiu seu objetivo ao aprofundar o entendimento dela e demonstrar como ela ocorre em trechos ainda não comentados como quando o patrão quer ir ao banheiro.

Abstract

The Dziga Vertov Group was a collective of filmmakers created in 1968 by Jean-Luc Godard and Jean-Pierre Gorin, who was the cultural editor of Le Monde at the time, and which dissolved in 1972. The collective emerged shortly after the events of May 1968 in France, a landmark in world politics. The films of the Dziga Vertov Group tackled many political themes and engaged in dialogue with the leftist movement in France during that period. The overarching goal of the research is to analyze the film Tout va bien seeking connections with Bertolt Brecht's concept of "distancing effect." The relationship between the film and Brecht is already known and has been previously mentioned by Gorin, but the research aims to deepen the understanding of this relationship and contribute to the existing analyses of the film. To achieve this, a conceptual bibliographic survey was conducted on the relevant topics, followed by an analysis of the mentioned film using the film analysis methodology proposed by Manuela Penafria. In its findings, the research concludes that the connections between Brecht and Tout va bien appear in the tracking shot that simultaneously shows various scenes, the humor in certain scenes, the breaking of the fourth wall, and even in the initial segment involving the checks. Although this relationship was already known, it is believed that the article has achieved its objective by delving deeper into the understanding of it and demonstrating how it manifests in previously unexplored scenes, such as when the boss wants to go to the bathroom.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/arteriais.v10i17.17256

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