Estética, subjectivação e pós-humano: do admirável ao sublime. Um passo atrás?
Resumo
Resumo
Na senda dos processos de dessubjectivação levados a cabo por Marx, Freud e Nietzsche, o que defendemos nesta reflexão, seguindo as pistas deixadas em aberto por Luc Ferry (1991), é que a arte e os artistas contemporâneos têm, por múltiplas vias e sobretudo articulando e confrontando corpo e máquina, levado a cabo uma ressignificação da arte e da própria subjectividade. Este estudo pretende traçar alguns dos desenvolvimentos que a este propósito assistiu o século XX e já XXI através de um percurso que articula estética e subjectividade. Começando por colocar a arte entre ‘o coração e a razão’, faremos uma espécie de pré-história da estética ou a designada querela dos ‘cogita’, sublinhando em seguida a importância dos momentos Kantiano, Hegeliano e Nietzscheano na discussão desta temática. Em seguida abordaremos as questões relativas ao corpo maquínico, procurando utilizar as principais intuições estéticas kantianas para pensar as aporias e possibilidades do pós-humano. Concluiremos, assim, da necessidade de dar ‘um passo atrás em direcção ao Homem ou ao Ciborg-Homem’, que possa permitir ultrapassar o paradigma estético hegeliano e regresse às modalidades kantianas do juízo estético para pensar a arte contemporânea e os seus actuais desafios.
Abstract
In the wake of desubjectivation processes carried out by Marx, Freud and Nietzsche, what we stand for in this reflection, following the tracks left open by Luc Ferry (1991), it is that art and contemporary artists have, by multiple pathways and particularly articulating and confronting body and machine, carried out a reframing of art and of human subjectivity. This study aims to trace some of the developments of this issue in the twentieth century and now XXIst, via a route that links aesthetics and subjectivity. Starting to put the art between the ‘hearts and minds’, we will make a kind of prehistory of aesthetics or the so called ‘cogito’s debate’, underlining then the importance of Kantian, Hegelian and Nietzschean moments in the discussion of this issue. Then we discuss the mechanic body, trying to use the main Kantian aesthetic intuitions to think the aporias and possibilities of the post-human. We conclude, therefore, of the need to ‘step back towards the man or the Ciborg-Man’ which would permit surpass the Hegelian aesthetic paradigm and return to Kantian modes of aesthetic judgment to think the contemporary art and its current challenges.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/arteriais.v3i3.3859
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