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E o palhaço o que é? É uma mulher

Priscila Romana Moraes de Melo

Resumo

Resumo

Este ensaio traz a fala de uma mulher que descobre em si um palhaço, mesmo atuando, há 13 anos, como palhaça. O encontro com o palhaço Uisquisito ocorreu em 2012, no grupo de teatro Palhaços Trovadores, do qual faço parte há 10 anos. A partir disso, atuar na palhaçaria com gêneros diferentes, feminino e masculino, trouxe-me reflexões não só na arte do palhaço, fato de ter dois palhaços, mas sobretudo, de se provocar discussões do que é uma mulher que tem um palhaço, que em suas primeiras experimentações faz leituras de poemas-manifestos. Com um olhar de pesquisadora para meu fazer artístico, escrever e ler poemas-manifestos se tornou uma característica do Uisquisito. Seus escritos sempre relacionados aos contextos políticos atuais da cidade de Belém, muitos referentes a falta de investimentos na área da cultura, ao descaso com os artistas, as limitações de acesso aos teatros e outros espaços para o movimento artístico na cidade. O Uisquisito me faz pensar na potência política que a comicidade tem, tanto no ato transgressor de uma mulher ser palhaça e ser palhaço por desejo, não por imposição, como era no circo antigamente, quanto na força de provocar reflexões sobre os contextos políticos na atualidade, trazendo o teatro, a comicidade e a palhaçaria como uma forte arma de discussão.

Abstract

This essay brings the speech of a woman who discovers in herself a male clown, even though she has been acting for 13 years as a female clown. The meeting with the clown Uisquisito took place in 2012, in the theater group Palhaços Trovadores, which I have been a part of for the last 10 years. Acting through different gender in clowns brought me reflections, not only in the art of clown, in the fact of having two them, but most of all, provoking discussions of what is a woman who has a male clown, who in his first experiments performed poem-manifest readings. With a researcher’s eye at my artistic work, writing and reading poems-manifest has become a feature of Uisquisito. His writings are related to the current political contexts at the city of Belém, referring mainly to investments in the cultural area, neglect of artists, limitations of theaters and spaces for the artistic movement in the city. Uisquisito makes me think about the political power comedy has, first in the transgressing act of a woman being a being a male clown by desire, not by imposition, as it used to be in the circus of old. Second, in the force of provoking reflections on the political contexts nowadays, bringing the theater, comedy and clownery as a strong weapon of discussion.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/arteriais.v4i7.6935

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