EMPODERAMENTO FEMININO NAS ASSOCIAÇÕES DE MULHERES NO ESTADO DO PARÁ
Resumo
Ações conjugadas entre o movimento de mulheres e os órgãos de proteção internacional aos direitos humanos culminaram na IV Conferência sobre Mulher, Desenvolvimento e Paz (BEIJING, 1995) e seguiram as discussões sobre as Metas para o Desenvolvimento do Milênio (MDGs/ONU). Este artigo trata da contribuição desse movimento para as discussões referentes à ampliação da representação política feminina. Por meio de levantamento de dados entre as lideranças de movimentos de mulheres no Pará, buscou-se identificar: mecanismos de apoio/motivação das associadas para a competição eleitoral; relação entre partidos e movimentos de mulheres no recrutamento de candidaturas; políticas de empoderamento na formação de lideranças femininas. Preliminarmente, verifica-se um déficit de candidaturas de associadas a cargos de decisão política. Argumenta-se que os movimentos de mulheres têm sido contemplados nas demandas e no controle das políticas públicas conquistadas, com agendas para o empoderamento feminino. Duas questões: a) quais ações estimulam o acesso das associadas ao cargo parlamentar e/ou majoritário sugerido na Carta de Beijing? b) em que proporção essas ações influenciaram esse acesso aos cargos formais? Temse como hipótese que a atuação dos movimentos de mulheres e feministas, entre as associadas, incentiva a formação de uma cultura de empoderamento que as estimula a concorrer a eleições. As fontes primárias e secundárias forneceram argumentos para o levantamento de dados. Resultado: as associadas dos movimentos de mulheres cumprem as metas do milênio (ODMONU) criando estratégias de empoderamento; a política formal não está nos seus planos por existirem outras prioridades; os partidos indicam os filiados com mais prestígio; os partidos não se importam e não investem na formação política das mulheres; fazem o “jogo” masculino da articulação eleitoral.
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