LEGITIMAÇÃO DE SABERES E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO SOB O PONTO DE VISTA DE UMA ACADÊMICA NEGRA MILITANTE A PARTIR DE UMA UNIVERSIDADE NA AMAZÔNIA
Resumo
Nesse artigo, a proposta é abordar o ponto de vista da mulher negra intelectual militante acadêmica, a partir de um diálogo com produções do feminismo negro e decolonial acerca do racismo na Universidade como prática diária. E em que consiste o debate aqui instaurado? O desafio é desmobilizar as teias do racismo que estruturam a Universidade em sua lógica de funcionamento. A ênfase é a necessidade de se atualizar segundo as demandas de discentes e docentes, o que exige algo constante e sempre inovador: a reinvenção de sujeitas e sujeitos sobre si mesmos. Então, o que se visa é promover um pensamento crítico além dos ditames acadêmicos para enriquecer a Universidade de trabalho intelectual negro, indígena, cigano e de tantos outros mais, apostando na ruptura de hierarquizações epistemológicas que se fundamentam na epistemologia “ocidental” dominante.
Texto completo:
PDFReferências
ALCOFF, Linda. Uma epistemologia para a próxima revolução. Sociedade e Estado. Brasília,
v. 31, n.1. jan./abr. 2016.
AMADOR DE DEUS, Zélia. O corpo negro como marca identitária na diáspora africana. In:
CONGRESSO LUSO AFRO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS. 11, 2011, Salvador.
Anais [...]. Salvador: Universidade Federal da Bahia-UFBA, 2011.
BAY, Mia; GRIFFIN, J.; JONES Martha S.; SAVAGE, Barbara D. Introduction: toward an
intellectual history of black women. In: Toward an intellectual history of black women.
University of North Carolina Press., 2015. E-book.
CARNEIRO, Sueli. “Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a
partir de uma perspectiva de gênero”. In: Ashoka Empreendimentos Sociais Takano Cidadania
(org.). Racismos Contemporâneos.. Rio de Janeiro: Takano Editora, 2003. p. 49-58.
Castro-Gómez, Santiago. (2007) "Decolonizar la universidad. La hybris del punto cero y el
diálogo de saberes". En: Santiago Castro-Gómez y Ramón Grosfoguel (comps.). El giro
decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global, Bogotá:
Siglo del Hombre Editores, Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales
Contemporáneos, Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar.
COLLINS, P. H. Black feminist thought: knowledge, consciousness, and the politics of
empowerment. Nova York: Routledge, 2000.
COLLINS, Patrícia. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do
pensamento feminista negro. Sociedade e Estado, Brasília, v. 31, n. 1, jan./abr. 2016, p. 99-
. Em direção a uma nova visão: raça, classe e gênero como categorias de análise e
conexão. In: MORENO, Renata. (org.). Reflexões e práticas de transformação feminista.
São Paulo: Sempre Viva Organização Feminista, 2015. Cadernos Sempre Viva. p.13-42
COLLINS, Patricia; BILGE, Sirma. Interseccionality. USA, Polity Press, 2016.
GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras. Diáspora Africana. Editora Filhos da
África, 2018.
GROSFOGEL, Ramón. Racismo epistémico, islamofobia epistémica y ciencias sociales
coloniales. Tabula Rasa, Bogotá-Colombia, n. 14, p. 341-355, enero-junio, 2011.
hooks, bell. Intelectuais negras. Estudos Feministas, Florianópolis, ano 3, p.464-478, 1995.
. Where we stand: class matters. New York: Routledge, 2000.
& WEST, Cornell. Breaking Bread. Insurgent Black Intellectual Life. Nova York,
KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação. Episódios de Racismo Cotidiano. Rio de Janeiro,
Cobogó, 2019.
LEMOS, Isabele. Cotas Raciais Na Ufpa: as percepções de estudantes cotistas sobre suas
trajetórias acadêmicas. Orientadora: Mônica Prates Conrado. 2015. Dissertação (Mestrado em
Direitos Humanos e Inclusão Social) – Faculdade de Direito, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2015.
LORDE, Audre. Irmã Outsider. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
LUGONES, Maria. Rumo ao feminismo descolonial, Estudos Feministas. Florianópolis,
(3): 320, set./dez. p. 935-952, 2014.
PARKER, R. Corpos, Prazeres e Paixões: a cultura sexual no Brasil contemporâneo. São
Paulo: Best Seller, 1991.
RATTS, Alex. Encruzilhadas por todo percurso: individualidade e coletividade no movimento
negro de base acadêmica. In: PEREIRA, Amauri Mendes; SILVA, Joselina da. (org.).
Movimento Negro Brasileiro: escritos sobre os sentidos de democracia e justiça social no
Brasil. Belo Horizonte: Nandyala Livros, 2009, v. 1, p. 81-108.
Apontamentos
- Não há apontamentos.