Gestão da fertilidade dos solos de uma localidade na Amazônia Oriental. A formalização dos pontos de vista dos agricultores visando um diálogo entre agricultores e agrônomos
Resumo
Quais as percepções dos agricultores de uma localidade agrária da Amazônia oriental brasileira sobre a evolução das propriedades do meio que eles utilizam para a atividade agrícola? Como eles concebem suas intervenções técnicas para guiar ou se adaptar a estas evoluções? No que estas percepções, locais, contingentes, podem interrogar ou serem interrogadas pelos trabalhos de agrônomos sobre a 'fertilidade'?
As populações rurais da Amazônia. e sobretudo os agricultores, são objeto de inumeráveis estudos sobre suas relações a um território: uma agricultura familiar estável seria possível na Amazônia? Entretanto poucos se debruçaram sobre as diferentes concepções dessas relações ao território: entre o que fazem e pensam os agricultores no seu trabalho quotidiano e o que pensam e sugerem os agrônomos.
Propomo-nos, neste artigo, a representar de maneira compreensiva os modos de gestão agrícola do espaço de um lote de colonização por agricultores de uma localidade da Amazônia oriental brasileira. Empregaremos os termos e raciocínios utilizados pelos agricultores para representar as sucessões de culturas em um mesmo terreno e a organização destas a nível do lote. Esta análise possibilitará que nos interroguemos, em conclusão, sobre as possibilidades de criar pontes entre as concepções dos agricultores e dos agrônomos, de maneira a poder lançar um diálogo técnico sobre a gestão do espaço entre estes dois atores do desenvolvimento rural.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/raf.v1i3.4527
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