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Editorial

A Amazônica apresenta pela primeira vez aos leitores um dossiê temático, instigada pela possibilidade de tratar os temas de forma mais densa e sob diferentes olhares disciplinares e de pesquisadores situados em espaços diferenciados. Assim sendo, selecionou-se para o número uma plêiade de autores dos dois lados do Atlântico confrontando as perspectivas do dito velho e do novo mundo que, trabalham o campo saúde e do patrimônio de forma integrada para formular uma proposta de Patrimônio em Saúde cujo farol ilumina as pessoas que ao perderem a saúde precisam recuperá-la e são o maior patrimônio no campo.

São dez artigos que contemplam problemas relativos aos locus – casas de saúde trabalhado por Bastos, Delicado, Matos, Pilão, Tacão, Beltrão, Miranda e Henrique; atendimento e cuidados de pessoas étnica e racialmente diferenciados discutidos por Neves, Sousa e Henrique; no passado e no presente Cancela, Ângelo, Carvalho, e Fleischer entre outros; no Brasil e em Portugal; próximos e distantes das instâncias de poder; partindo de saberes ocidentais e não ocidentais; cuidando da saúde integral corpo e alma, na vida e na morte, como quer Menezes.

O dossiê corresponde a parte inicial da Revista, mas os ensaios fotográficos de Sautchuck e Matta da Silva que, teoricamente, não compõem a densa temática da saúde, parecem unidos às preocupações que irmanaram os autores do Patrimônio em Saúde, pois referem condições de vida e produção de conhecimento, de alguma forma associada ao campo da saúde, pois saúde é conceito amplo e sujeito a muitas injunções. Injunções estas que alcançam a etnoconservação nos rios da Amazônia de que fala Pantoja em sua nota de pesquisa e a formação de pesquisadores apresentada no resumo da tese de Gaspar Neto e, fechando o primeiro número da Revista com dossiê temático, a resenha de Matéus Cortéz que fala de interculturalidade e educação é uma das saídas para compreensão de muitas das mazelas que assolam aqueles que vivem na Amazônia ou não.

Denise P. Schaan
Jane F. Beltrão





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