Cabeçalho da página

ESTUDOS PALEOGENÉTICOS EM AMOSTRAS DE SÍTIOS A RQUEOLÓGICOS DA AMÉRICA LATINA

Anderson Nonato do Rosário Marinho

Resumo

Nas últimas décadas o polimorfismo do DNA mitocondrial (mtDNA) vem sendo utilizado como ferramenta em estudos das populações humanas e da dispersão destas populações no continente americano. Algumas das mais intrigantes perguntas acerca da chegada do homem na América dizem respeito ao tempo de chegada, as possíveis rotas de entrada e o número de ondas de migração. O único consenso que parece existir entre as diferentes áreas do conhecimento é a hipótese de que o homem tenha chegado ao continente americano através do estreito de Bering.

Após a colonização da América do Norte por via terrestre ou por via marítima (navegação costeira), as populações ameríndias migraram para o sul do continente há pelo menos 15.000 anos AP com a principal via de entrada pelo Istmo do Panamá. Estas populações teriam migrado para diferentes direções dentro do continente. O grau de proximidade entre as diferentes populações que migraram ainda é tema de discussão na comunidade científica, uma vez que, a utilização de material ancestral é fundamental para responder estas perguntas.

A principal dificuldade em estudar material proveniente de sítios arqueológicos ou de museus é o grau de preservação das amostras, bem como seu DNA. Em nosso trabalho utilizamos amostras provenientes de sítios do Brasil (sítios de Lagoa Santa/MG e Sambaquis de Saquarema/RJ, terras baixas) juntamente com amostras provenientes de San Pedro de Atacama (Coyo Oriental e Catarpe 2, terras altas) para investigar primeiramente como os efeitos tafonômicos atuavam nas amostras compostas de remanescentes ósseos, e posteriormente utilizamos técnicas de biologia molecular para estudar os conjuntos de mutações da região HVS-I para caracterização dos haplogrupos presentes. Os resultados dos experimentos demonstraram que é possível identificar diferenças na preservação das amostras ancestrais, com esta preservação atuando diretamente no mtDNA presente nas amostras investigadas. De posse destes dados foi possível avaliar e guiar os experimentos para um melhor aproveitamento do material.

Na analise genética foi possível observar que os haplogrupos estavam distribuídos como: haplogrupo A (8,6%), B (40%), C (20%), D (17,1%) e Atípicos (14,3%). Com a distribuição dos haplogrupos não ocorrendo de forma similar nos grupos estudados, nas amostras terras altas e terras baixas. As análises de distância genética demonstraram que as amostras da região de Lagoa Santa (terras baixas) estavam mais proximamente relacionadas as amostras de San Pedro de Atacama (terras altas) (Fst=0.0016) com as amostras de sambaqui apresentando valores altos de distancia genética para San Pedro de Atacama e Lagoa Santa (Fst=0.468, 0.295 respectivamente).






 © As/os autoras/es que publicam na Amazônica Revista de Antropologia (ARA) retêm os direitos autorais e morais de seu trabalho, licenciando-o sob a Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivação Works 3.0 Brasil que permite que os artigos sejam reutilizados e redistribuídos sem restrições, desde que o trabalho original seja citado corretamente.

 

 

Creative Commons License
Amazônica - Revista de Antropologia da Universidade Federal do Pará é licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivação Works 3.0 Brasil.

This is an open-access website under the terms of the Creative Commons Attribution-NoDerivatives License.
Based on a work at www.periodicos.ufpa.br.
Permissions beyond the scope of this license may be available at http://www.periodicos.ufpa.br/index.php/amazonica.