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Aspectos de matrilateralidade em um sistema de nominação patrilinear: explorando formulações de gênero e pessoa entre os Tukano

Fabiane Vinente Santos

Resumo

O artigo aborda a nominação das crianças filhas de pai não indígena (pehkasã, nome pelo qual os não indígenas são chamados em Tukano) e mãe Tukano. Chamadas de moregi (misturadas), estas crianças, pelos princípios de nominação, não teriam direito a um dos nomes do estoque masculino (bahseke wame), uma vez que seus pais são pehkasã e não
possuem vinculação clânica nem nome para lhes legar. Contudo, a nominação destas crianças é possibilitada por um arranjo familiar – o pai da mãe (FM) atua como nominador matrilateral. Meu objetivo é explorar as consequências deste arranjo matrilateral, imprevisto no parentesco Tukano, e utilizar tal “inovação” para discutir alguns pontos sobre as transformações na questão de gênero no noroeste amazônico. Somente tomando a sério as diferenças de enfoque nas perspectivas masculinas e femininas, seria possível explicar o arranjo.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v11i2.7403



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