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EDITORIAL

No seu quarto ano, Amazônica apresenta em seu primeiro número uma coleção de artigos que mostram o estado da arte na arqueologia amazônica. É impressionante como a disciplina cresceu nos últimos dez anos! Ao final do século XX, podia-se contar nos dedos da mão direita o número de arqueólogos trabalhando na área. Agora há dezenas de jovens arqueólogos enfrentando o desafio de fazer trabalho de campo na floresta tropical. Como se pode notar lendo os nomes dos autores no sumário, a pesquisa tem crescido devido ao apoio da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do Pará. É fato que o estabelecimento de programas de pesquisa de longo prazo depende de universidades. A história é instrutiva nesse caso. A arqueologia nos Estados Unidos começou com o Bureau of American Ethnology ao final do século XIX. Entretanto, apesar da enorme contribuição do Bureau para assentar as bases para o trabalho arqueológico e etnológico focado nos indígenas americanos, foi somente quando Franz Boas surgiu que a antropologia se espalhou pelo país, na medida em que departamentos de antropologia foram criados e cientistas talentosos obtiveram seus PhDs na disciplina voltada aos quatro campos que emergia.

Os artigos nessa edição lidam com assuntos importantes para a arqueologia amazônica, tais como a interpretação da distribuição de estilos cerâmicos, práticas funerárias, conflitos, e padrões de assentamento. Estilos cerâmicos que se originaram ao longo do rio Orenoco se espalharam por outras regiões amazônicas, ao sul e a leste, um fato que coloca esta área como crítica para entender antigos movimentos populacionais. Contato cultural continua sendo um assunto polêmico na arqueologia da região e abordagens distintas são buscadas pelos autores.

A arqueologia amazônica tornou-se mais diversificada em temas e abordagens, o que é excelente. As grandes teorias não são mais apropriadas para dar conta da imensa variabilidade em desenvolvimentos culturais na área. A Amazônia tem sido por longo tempo um laboratório para o estudo de culturas indígenas, no passado e no presente. Agora nós podemos ver uma tendência rumo a visões mais pluralísticas do passado amazônico, o que pode certamente se beneficiar de uma arqueologia antropológica.

As editoras





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