Aprender a pescar: comunidades de práticas na pesca ribeirinha amazônica
Resumo
A pesca é uma das atividades fundamentais do modo de vida de populações rurais da Amazônia. Neste artigo discutimos a aprendizagem e reprodução de práticas de pesca em comunidades ribeirinhas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDSA), Amazonas, Brasil. A discussão partiu de uma etnografia do processo de aprendizagem que leva o sujeito a ‘ser pescador’. Esse processo inclui experiências com a atividade na infância, o desenvolvimento das habilidades para ‘tomar conta da própria canoa’ e as formas de reprodução do conhecimento nos ambientes de pesca. O manejo participativo de pirarucu, iniciado há 20 anos na região, exigiu o desenvolvimento de novas habilidades, relacionadas ao trabalho de organização coletiva para gestão dos recursos pesqueiros. Aqueles pescadores que antes não sabiam arpoar pirarucus, aprenderam a manipular o arpão a partir do engajamento nas atividades de manejo. O trabalho na pesca produz o território ribeirinho. O engajamento dos sujeitos nas práticas de pesca é um processo que produz corpos, identidades e paisagem. São processos que continuam a se reproduzir porque a existência e o acesso ao território permitem a construção das ‘disposições para ação’ ou das ‘capacidades afetivas’ em ciclos de aprendizagem em comunidades de práticas.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazonica.v14i1.9274
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