REVISTA APOENA - Periódico dos Discentes de Filosofia da UFPA

Fanon E Honneth: duas versões sobre o conceito de reconhecimento

Heitor Moreira Lurine Guimarães

Resumo

O artigo busca estabelecer uma comparação entre o modo como se desenvolve
o conceito filosófico de reconhecimento no pensamento de Frantz Fanon e de Axel Honneth. Leitores de Hegel sob diferentes contextos e influências, Fanon e Honneth fizeram da ideia de reconhecimento um aspecto central de suas respectivas teorizações, um no campo do pensamento anticolonial e o outro no campo da Teoria Crítica frankfurtiana. Do contraste entre os dois autores, pretendo defender duas teses. A primeira é de que, a despeito de suas diferentes, a razão que os levou a buscar inspiração na discussão hegeliana do reconhecimento era semelhante no caso de ambos, a saber, a de produzir uma crítica social capaz de contemplar as experiências subjetivas dos sujeitos que vivenciam as relações de opressão. A segunda é que, para além dessa aproximação inicial, os desdobramentos do conceito de reconhecimento em Fanon e Honneth levam a teorias diferentes em pelo menos três aspectos: o escopo de explicação, o diagnóstico de época e a perspectiva de emancipação social. Para proceder a essa comparação, utilizarei como obras de referência Pele negra, máscaras brancas e Os condenados da terra de Fanon e Luta por reconhecimento e O direito da liberdade, de Honneth.


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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/apoena.v4i8.19010

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