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SUBJETIVIDADE, PATRIMÔNIO E CIDADE: APROPRIAÇÕES TURÍSTICAS E CULTURAIS NO BAIRRO DA CAMPINA

Fernanda Cristine dos Santos Bengio

Resumo

Este trabalho interrogou a produção de subjetividades pelo dispositivo da patrimonialização no
bairro da Campina, em Belém/Pa. A patrimonialização compõe múltiplas relações de saber e
poder, assim explorou-se a hipótese de que apesar da patrimonialização fazer parte de um
registro dominante das relações sociais, tem funcionado, na Campina como prática agonística
frente à intensificação da financeirização da cidade. Assim, problematizou-se: a constituição
contemporânea da patrimonialização; memória coletiva, turismo e direito à cidade, tendo como
objeto de análise o Projeto Circular por este materializar algumas lutas, no bairro da Campina
referentes às apropriações dos espaços. Analisou-se a memória coletiva com o subsidio teórico
de Michel Halbachs, Gilles Deleuze e Félix Guattari. A partir das contribuições teóricas e
metodológicas de Michel Foucault - que considera documento e dispositivos construídos
histórica, política e socialmente , interrogou-se a produção de subjetividade na trama
patrimonial, destacando-se os recortes do turismo e direito à cidade. Os materiais analisados
foram construídos em entrevistas com representantes dos espaços participantes do projeto
Circular e moradores do bairro da Campina e algumas Cartas Patrimoniais que apontam
diretrizes locais e internacionais sobre a patrimonialização de bens materiais. Como resultados
pode-se apontar que as apropriações espaciais na Campina são atravessadas pelo higienismo,
porém há um forte viés agonístico nos usos propostos por projetos como o Circular ao se
colocar em cena a ideia de direito à cidade como prática de cuidado.

Palavras-chave: Patrimônio cultural; direito à cidade; memória coletiva; e subjetividade.


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Referências


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